Descrição de chapéu Eleições 2022

Bolsonaro volta a citar 1964 e fala em entregar governo 'bem lá na frente' em 'eleições limpas'

Em desvantagem nas pesquisas, presidente ataca Lula e compara 2022 a ano de golpe que implantou ditadura

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Brasília

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a mencionar, em evento nesta sexta-feira (23), o ano de 1964, quando houve o golpe que implantou uma ditadura militar no país, e disse que só vai deixar o governo federal "bem lá na frente" e a partir de "eleições limpas".

O mandatário, que costuma fazer ataques infundados à Justiça Eleitoral, não disse se considera limpo o pleito deste ano nem se aceitará eventual derrota eleitoral.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) durante evento no Palácio do Planalto, em Brasília
O presidente Jair Bolsonaro (PL) durante evento no Palácio do Planalto, em Brasília - Gabriela Biló - 7.jun.22/Folhapress

Em desvantagem nas principais pesquisas de intenção de voto a nove dias do primeiro turno, Bolsonaro elevou repetiu um tom mais agressivo, após ter buscado reduzir as falas mais radicais nos últimos meses por orientação da equipe de campanha.

As falas com ataques foram adotadas nesta sexta (23) também mais cedo, em evento em Divinópolis (MG), quando falou em colocar um "ponto final" no que chamou de abusos de outro Poder, em uma referência velada ao Judiciário.

Mais tarde, em evento evangélico Mulheres Pelo Brasil realizado em Contagem (MG), o mandatário também atacou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu principal adversário nas eleições deste ano, e o chamou de "comunista ladrão".

No discurso, Bolsonaro citou anos marcados por eventos políticos importantes na história brasileira, entre eles 1964, quando um golpe inaugurou uma ditadura militar no país que durou até 1985.

"Não sabemos explicar muitas vezes esses momentos. Vivemos 22, 35, 64, 2016 foi marcante para todos nós, 2018 também. Temos pela frente 2022", afirmou.

Pesquisa do Datafolha divulgada na noite de quinta-feira (22) mostra que Lula tem vantagem de 14 pontos e chances de ganhar no primeiro turno. O petista soma 47% das intenções de voto, contra 33% de Bolsonaro.

O presidente também retomou uma frase que costuma repetir, de que pede a Deus "força para resistir e coragem para decidir".

"Peço sabedoria para que a gente possa, lá na frente, bem lá na frente, entregar, para quem me suceder, democraticamente e numa eleição limpa, a continuidade do governo brasileiro", afirmou.

Os ataques ao ex-presidente Lula também marcaram o discurso desta sexta. "Não é fácil, mas uma coisa me conforta e muito na presidência da República: é saber que naquela cadeira presidencial não tem um um comunista ladrão sentado nela".

Além do presidente, discursaram no evento o pastor Márcio Valadão e a pastora Ezenete Rodrigues, da Igreja Batista da Lagoinha

Apoiadores de Bolsonaro encheram o local e apoiaram o presidente com gritos de "mito". Eles também gritaram que o presidente será eleito no primeiro turno. O público presente também entoou gritos contra o ex-presidente Lula, o chamando de ladrão.

Os únicos candidatos a falar no evento foram o deputado federal Lincoln Portela (PL), que tenta a eleição e Alê Portela (PL), que busca uma vaga na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Os dois fizeram elogios e orações para o presidente, sem focar em suas próprias candidaturas.

Outros candidatos ao legislativo também estiveram presentes no palco ao lado de Bolsonaro. Entre eles Cleitinho Azevedo (PSC) que tenta uma vaga no Senado com apoio do presidente. O deputado federal Marcelo Álvaro Antônio, o deputado estadual Bruno Engler e o vereador de Belo Horizonte, Nikolas Ferreira também estavam no palanque de Bolsonaro.

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