É cedo para falar das próximas eleições presidenciais? É, mas políticos só pensam nisso e movimentam-se nessa direção. O presidente da República sinaliza disputar novo mandato —bem como o antecessor, indica o mesmo, por ora elegível.
Entre o querer e a conquista do poder há as circunstâncias, há o imponderável e há o fator destreza na montagem do xadrez. No meio do caminho também está a corrida municipal do próximo ano.
A despeito do esforço para ganhar nas capitais e grandes cidades em 2024, por ser uma demonstração de força, os resultados não têm relação de causa e efeito entre si. O PT foi mal em 2020 e levou a Presidência em 2022.
Até é um treino, mas o jogo mesmo em preparação é o do embate presidencial. Como na esquerda não haverá mudança se Lula mantiver o plano de ir à reeleição, neste momento é sobre a direita que recaem as atenções.
Esse pessoal entrou mais recentemente em campo, e é ali que residem as dúvidas como premissas para as arrumações: Jair Bolsonaro ficará inelegível? O que é melhor: ele como cabo eleitoral ou candidato? Tarcísio de Freitas seguirá na ideia de se reeleger governador de São Paulo a fim de não repetir maus exemplos anteriores de precipitação?
Ninguém quer comprar atrito com o ex-presidente, mas há torcida implícita para que ele fique de fora por força de decisão judicial ou, se não ficar, concorra ao Senado por São Paulo. Candidato ao Planalto, a sensação é a de que perderia.
A intenção é "fechar" São Paulo e Minas Gerais, os dois maiores colégios eleitorais. O Sul viria por gravidade e o Nordeste, desde já perdido para Lula. Se Tarcísio mudar de ideia, fala-se em Romeu Zema na vice. Se não, o governador de Minas na cabeça de chapa composta com alguém do campo bolsonarista mais moderado, tipo a senadora Tereza Cristina (PP-MS).
É a cena inicial de um trajeto longo e atribulado.
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