Aos 43 anos de existência, assentado na Presidência pela quinta vez, titular de nove ministérios, o PT se dá conta de que precisa de emissoras de televisão e rádio para expandir sua rede de comunicação.
Pede as concessões agora que volta a contar com trânsito livre e total influência no poder. E faz isso sob a alegação de que necessita daqueles instrumentos para promover o "debate" e a "educação política" no país.
Pelo visto, a TV Brasil, os espaços garantidos às legendas nos veículos de comunicação mediante renúncias fiscais, as redes sociais, as transmissões das falas de seus parlamentares nas TVs Câmara e Senado são insuficientes.
É preciso mais para a consecução do projeto de construção de hegemonia política e, sobretudo, social. A ideia é clara. "Divulgar nossa ideologia", nas palavras do secretário de comunicação do PT, Jilmar Tatto. Fazer proselitismo, pois. "Educar" segundo sua visão de mundo.
A vocação expansionista do partido, vemos, não guarda limites. Bem como não há cerimônia no uso do Estado para a operação de ações privadas. A proposta é inédita, não se tem notícia de pleito semelhante de alguma outra agremiação partidária.
Nada as impede de pleitear o mesmo, mas a vantagem no atendimento por parte das instâncias encarregadas de conceder os canais é uma evidência inegável. Note-se que o plano não foi apresentado em governos adversários. Mas a isonomia de condições é apenas um ponto.
Há o dinheiro. Ora, não é o mesmo PT que acaba de se aliar à PEC da Anistia sob o argumento de que a situação financeira dos partidos, o próprio inclusive, não os permite pagar as dívidas (cerca de R$ 40 milhões) devidas à Justiça Eleitoral?
A montagem de uma televisão demanda volume enorme de recursos, os quais o PT não esclarece de onde vai tirar. A trajetória no campo da metodologia de arrecadação financeira não conta uma boa história a respeito disso.
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