Dora Kramer

Jornalista e comentarista de política

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Dora Kramer
Descrição de chapéu Eleições 2024

Os tira-teimas de 2024

Eleição de 2024 será campo de testes para a força da polarização, entre outras situações

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Na política há dúvidas recorrentes que a realidade costuma responder de modo contrário ao senso comum. Uma delas é sobre a influência do desempenho do Brasil na Copa do Mundo na eleição para presidente no mesmo ano; outra, que nos interessa aqui, é se as disputas municipais são uma prévia da corrida presidencial dois anos depois.

O histórico mostra zero reflexo do futebol no quadro eleitoral e quase nenhum efeito dos embates locais sobre o cenário nacional. O PT é um desses casos. Teve seu pior resultado em 2020 —183 prefeituras para quem já teve 624— e, em 2022, voltou ao poder com Luiz Inácio da Silva.

O presidente Lula (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL): eleições municipais serão teste de fogo para as duas maiores forças políticas do país - Marlene Bergamo/Folhapress e Gabriela Biló/Folhapress

Em 2024-26 pode ser que se repita a escrita de que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Ocorre, porém, que a próxima municipal será uma eleição, digamos, fora da curva porque nela serão testadas situações inexistentes nas anteriores.

Veremos se há mais mitos que verdades naquilo que se diz por aí. Jair Bolsonaro será mesmo um esplêndido cabo eleitoral? Inelegível, enrolado na Justiça, contando com a ajuda de vereadores amigos para receber títulos de cidadão honorário e sem conseguir até agora emplacar candidatos competitivos no Rio e em São Paulo, talvez não seja.

Lula no poder levará o PT a recuperar municípios perdidos? É um teste. Assim como será testada a capacidade de Michelle Bolsonaro de atrair votos suficientes para a direita cumprir sua promessa de conquistar 1.500 prefeituras.

Os dotes políticos de Tarcísio de Freitas também estarão em jogo no estado governado por ele (São Paulo). Na capital, Guilherme Boulos tentará se provar capaz de atrair o eleitor de centro, e Geraldo Alckmin medirá sua força local na campanha de Tabata Amaral.

E temos a polarização que atormenta, intriga e ao mesmo tempo aprisiona. Estará ainda no comando a ponto de os eleitores se esquecerem das cidades onde vivem para seguirem reféns da improdutiva querela entre Lula e Bolsonaro?

Veremos.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.