Edgard Alves

Jornalista, participou da cobertura de sete Olimpíadas e quatro Pan-Americanos.

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Boxe ignora conflitos e mira na evolução olímpica

Esporte tenta manter o foco na preparação para os Jogos de Tóquio enquanto cartolas se desentendem

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O boxeador cubano e campeão olímpico Julio Cesar La Cruz treina na Escola Nacional de Boxe, em Havana, capital de Cuba
O boxeador cubano e campeão olímpico Julio Cesar La Cruz treina na Escola Nacional de Boxe, em Havana, capital de Cuba - Yamil Lage/AFP

Com os olhos voltados para a Olimpíada de Tóquio-2020, o boxe brasileiro prepara suas seleções, independentemente dos conflitos da cartolagem, que geram apenas incertezas.

O COI (Comitê Olímpico Internacional), responsável pela Olimpíada, e a Aiba (Associação Internacional de Boxe), organizadora dos torneios de pugilismo nos Jogos, continuam em atrito. As perspectivas apontam somente junho como período provável para o desfecho do impasse.

Enquanto isso, o mundo do boxe continua engessado, sem um plano de eventos classificatórios para a Olimpíada no Japão. Uma tentativa de compensar esse quadro está em andamento sob a tutela da CBBoxe (Confederação Brasileira de Boxe), que almeja melhorar ainda mais a performance olímpica nacional, marcada pelo sucesso nos últimos Jogos.

Depois de um bronze, com Servílio de Oliveira, no México-1968, o Brasil arrebatou uma prata e dois bronzes em Londres-2012, e chegou ao seu primeiro ouro na Rio-2016.

Para esta temporada, a CBBoxe não perde tempo. Espera tirar lições dos Jogos Pan-Americanos de Lima, em meados do ano, evento poliesportivo que oferece disputas de bom nível nos torneios de boxe, mas não vagas na Olimpíada.

Com esse objetivo, as seleções brasileiras masculina e feminina já estão convocadas e em treinamento. Iniciam, inclusive, uma nova etapa da preparação nesta semana em parceria com uma representação da Argentina, que está no Brasil. O intercâmbio interessa aos dois países.

Apesar dos desencontros da cartolagem na política, a Aiba colabora com os organizadores japoneses no projeto do boxe para os Jogos. Também busca aprimorar o aspecto técnico da modalidade.

Recentemente, por exemplo, anunciou novidades para as disputas em Tóquio. O torneio feminino ganhou duas categorias, subindo para cinco no total, enquanto o masculino perdeu duas, e agora tem oito.

Vale ressaltar que as mulheres só estrearam no boxe olímpico em Londres-2012, bem depois dos homens, presentes no evento pela primeira vez em St. Louis-1904.

O conflito COI-Aiba continua acirrado, mas já teve momentos mais tensos. O principal deles foi quando o presidente do COI, o alemão Thomas Bach, chegou a insinuar a possibilidade de punição ao boxe com a exclusão do esporte do quadro olímpico.

Governança, gestão financeira e integridade nas competições, inicialmente, chamaram a atenção sobre a Aiba. Na Olimpíada do Rio, despontaram críticas e até suspeitas, posteriormente descartadas, sobre falhas em resultados de lutas.

Quando parecia caminhar para uma solução, a crise sofreu uma reviravolta, piorou. Em novembro último, contra alertas e recomendações do COI, o uzbeque Gafur Rakhimov foi eleito para a presidência da Aiba, posto que ele vinha ocupando interinamente.

A escolha virou um desafio. Irritou a direção do COI, que havia se posicionado em função de informações do Departamento do Tesouro dos EUA, segundo as quais Rakhimov seria membro de uma organização criminosa internacional.

A Aiba insiste no seu direito de organizar os torneios olímpicos de boxe, enquanto uma comissão do COI apura a real situação da organização. O comitê confirma que haverá boxe na Olimpíada, mas não descarta que alguma empresa especializada possa assumir as disputas.

Há urgência na definição dos torneios classificatórios para a Olimpíada. Meta clara e fundamental para um plano de treinamento. Atletas são a essência do esporte e merecem respeito, coisa que a cartolagem insiste em não levar em conta.

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