Edgard Alves

Jornalista, participou da cobertura de sete Olimpíadas e quatro Pan-Americanos.

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Chefe do COI mira reeleição em meio a corrida por Olimpíada em 2021

Thomas Bach mostrou que está confiante e seguro no comando da entidade

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O COI (Comitê Olímpico Internacional) estima em até US$ 800 milhões (R$ 4,3 bilhões) os gastos que terá de bancar com o adiamento por um ano da Olimpíada de Tóquio por conta da pandemia do novo coronavírus.

O evento foi reprogramado para começar em 23 de julho de 2021, mas tanto o comitê japonês como o COI, os responsáveis pela organização das disputas, continuam sob pressão. O motivo é a incerteza do tempo necessário para o controle da pandemia. Afinal, mais de duas centenas de países participam dos Jogos.

Como contraponto, informações animadoras acabam de ser divulgadas, apontando avanços nas pesquisas de vacinas contra a Covid-19. Duas delas estão bem avançadas: a de Oxford, cujo grupo tem pré-acordo com a Fiocruz, e a chinesa, que tem acordo com o Instituto Butantã/Governo de SP.

Outra possibilidade é de as condições na época do evento permitirem as disputas, mas sem público, medida adotada recentemente pelo futebol em vários países. O COI não parece simpático a tal situação, ainda inédita na sua esfera de influência com mais de um século de história.

O cancelamento dos Jogos, a medida mais radical, ocorreu em três oportunidades, durante a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais.

Thomas Bach espera se manter à frente do COI - Greg Martin - 17.jul.20/COI

A chance de um novo adiamento não apenas parece remota, como praticamente impossível. Com seus grandes eventos internacionais —Olimpíada de verão e Jogos de inverno— intercalados a cada dois anos, resta pouco espaço para acomodar outra competição de grande porte.

Apesar do conturbado impasse da Tóquio-2020, superado inicialmente com o adiamento, o alemão Thomas Bach, presidente do COI, mostrou que está confiante e seguro no comando da entidade. Ele anunciou que planeja concorrer à reeleição para novo mandato de oito anos na liderança do COI, cargo que conquistou em 2013. A eleição está prevista para o ano que vem e tudo indica que terá candidato único.

O adiamento gera prejuízos para todas as delegações por causa das reformulações de seus planos de preparação para os Jogos. A parte pesada de gastos extras da operação fica por conta dos organizadores —COI e comitê japonês. Neste caso, ambos decidiram topar o desafio. O COI com a verba anunciada pelo seu presidente e o comitê organizador com as condições locais.

O COI segue as orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde). Passou a realizar suas reuniões de maneira virtual para evitar o contato pessoal direto. Tudo por causa da pandemia.

Bernard Rajzman, brasileiro membro do COI, participa dessa nova experiência. Ele afirma que a crise do novo coronavírus é debatida permanentemente. Mas que existe um clima de otimismo no COI sobre a possível superação dos obstáculos da Covid-19.

Do ponto de vista financeiro, o maior problema está concentrado nos apartamentos da Vila dos Atletas. As unidades deveriam ser entregues aos compradores em 2021, após a ocupação durante os Jogos. Com o adiamento da competição, surge a obrigação de os organizadores pagarem aluguel até a entrega dos imóveis aos proprietários. Os serviços de manutenção do Parque Olímpico também são caros.

Recém-reeleita governadora de Tóquio, Yuriko Koike sempre defendeu com vigor a realização dos Jogos. Seu entusiasmo aumentou, agora que ganhou o apoio do rival político Shinzo Abe, primeiro-ministro do Japão.

Os olhos da comunidade esportiva mundial estão voltados para a capital japonesa. A expectativa é que a primeira medalha de ouro seja arrebatada pela comunidade científica, abrindo o caminho para a festa olímpica.

Nesta fase do combate ao coronavírus todo cuidado é pouco, levando-se em conta os limites das condições física e técnica dos atletas, que estavam reclusos, sem treinar.

O COB (Comitê Olímpico do Brasil) acaba de lançar o seu programa que bancará treinamento de cerca de 200 atletas em Portugal. São brasileiros com potencial olímpico, com chance de classificação para Tóquio. Antes do embarque do primeiro grupo, no último fim de semana, cinco tiveram testes positivo para o coronavírus. Os nomes da maioria não foram divulgados. Eles ficaram no Brasil para tratamento médico.

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