Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

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Quem está ansioso por trocar de carro deve ter cuidado com juros

Em tese, fica mais barato adquirir empréstimo com quedas da Selic, mas não há muitas facilidades no mercado

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O portal Webmotors, braço do banco Santander dedicado à negociação de veículos, fez uma pesquisa para verificar se o consumidor brasileiro está interessado em adquirir um carro ainda em 2019. O resultado mostra que sim.

Foram ouvidos 4.572 potenciais compradores. Dos 3.109 entrevistados que já possuem um automóvel, 79% afirmaram que pretendem fazer a troca neste semestre.

Entre os que não têm um carro, 71% dizem que planejam comprar um veículo neste ano. As entrevistas foram concluídas em julho.

O público-alvo é composto por pessoas que, em algum momento, visitaram o site Webmotors. Entrar em uma página de classificados já demonstra interesse na compra, mas o que a pesquisa destaca é a urgência em fechar negócio. Em levantamentos anteriores, não havia tanta pressa.

Os consumidores ansiosos por renovar a garagem provavelmente foram motivados pelos lançamentos ou estão temerosos diante do envelhecimento de seus automóveis atuais. Eles se apegam aos fiapos de retomada econômica para tomar a decisão.

Segundo os dados da Webmotors, cerca de 90% dos que estão dispostos a trocar de carro neste ano querem comprar um zero-quilômetro. A pesquisa não esmiúça faixas de preço, mas podemos imaginar que esse público vai gastar, ao menos, R$ 45 mil. É o valor inicial pedido por um carro 1.0 bem equipado.

Para alcançar o objetivo, 39% dos entrevistados que buscam um veículo novo têm certeza de que precisarão parcelar parte do valor. Neste momento, a cautela deve substituir a ansiedade.

As seguidas quedas na Selic, que é a taxa básica de juros do país, refletem no custo do dinheiro. Em tese, fica mais barato adquirir um empréstimo, e o financiamento é exatamente isso. O veículo é a garantia dada ao banco.

Porém, não há muitas facilidades no mercado. A queda nos juros dos parcelamentos automotivos está distante de acompanhar o que acontece com a taxa básica do país, que atualmente está em 6%. Há planos mais atraentes disponíveis, mas nem sempre são oferecidos espontaneamente nas revendedoras.

Para saber se o financiamento proposto pelo banco é o menos oneroso possível, vale comparar as condições disponibilizadas agora a propostas antigas. Simulações de compra feitas no passado ou os parcelamentos anteriores podem servir de base para essa análise.

Em agosto de 2016, a Selic estava em 14,25%. Ou seja: um financiamento feito hoje deverá custar menos do que o adquirido há três anos. Se a diferença for irrisória, é preciso insistir na negociação. O consumidor está ávido por comprar, mas os lojistas estão ainda mais ansiosos para vender.

Todas as financeiras trabalham com tabelas variáveis e pagam bônus aos vendedores que conseguem empurrar as tarifas mais elevadas.

A primeira oferta não deve ser aceita, mesmo que o vendedor afirme não haver mais o que melhorar. Com paciência e muita comparação entre diferentes revendedoras e bancos, é possível fazer um negócio adequado ao cenário atual de juros.

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