Quem acompanhou as discussões na área política do governo sobre a possível autonomia do Banco Central está assombrado com a ignorância dos doutores em relação aos detalhes da iniciativa.
Como se trata de um assunto cheio de minúcias técnicas, o que mais se ouve é um bordão: "Isso a gente resolve depois". É engano.
Ouçam Marcola
Lula manda recados aos seus ministros com a ajuda de vários personagens do palácio.
Alguns exageram e outros não contam tudo. Convém que não se perca uma só palavra do que vem através de Marco Aurélio Santana Ribeiro, o Marcola, de 36 anos. Está ao lado de Lula há sete anos.
A chave do cofre
De um ministro: "Se o governo decidir cortar gastos, ótimo. Mas, se o Planalto não quiser empurrar o dólar ou a desconfiança, menos gente falando em gastos inevitáveis já será uma ajuda".
De um papeleiro: "O governo fala num corte de custos e ouvem-se corvos dizendo que talvez não sejam suficientes. Que tal insistir na cobrança do que está sendo prometido. É isso, ou dar razão às falas catastróficas de Lula".
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