O país aprovou a reforma Previdência e acaba de apresentar outras no sentido de melhorar as finanças públicas. Isso é mérito próprio e tem incentivado a valorização de ativos por aqui –como a Bolsa e os preços de imóveis, que começam a se mexer.
Nos mercados globais, os principais índices dos EUA testam máximas desde que Donald Trump entendeu que acirrar o conflito com a China só prejudicará sua reeleição. Até a votação, em novembro de 2020, o americano talvez evite marola nesse front.
O Banco Central americano também sinalizou um período longo de afrouxamento nos juros, assim como o europeu, delineando um horizonte mais sereno. O alvo é que tanto os EUA quanto a Europa, em desaquecimento, tenham um “soft landing” em vez de uma aterrizagem brusca seguida de recessão.
A dúvida é se a tranquilidade atual nos mercados e sua contínua valorização é sustentável ou se é resultado de duas peças peculiarmente fora do lugar:
1. Do poderoso anestésico das taxas de juro hoje muito baixas no mundo, que já remuneram negativamente quase 1/3 dos títulos públicos globais (cerca de US$ 17 trilhões);
2. Do elevado apetite por aplicações mais arriscadas que muitos investidores têm demonstrado diante do oceano de dinheiro barato que existe no planeta em razão dos juros baixos ou negativos.
Crises financeiras às vezes começam com uma pergunta estúpida. Ela atravessa o salão e estraga a festa: "Será que alguns ativos já não estão caros demais, exigindo uma correção importante?" É quando as vendas começam e o mercado afunda.
Os quadros abaixo dão algumas pistas.
No primeiro, como os juros estão baixos. Depois, como os preços das ações na 1ª e na 3ª maiores economias (EUA e Japão) podem estar muito valorizados. O último, como os bilionários fundos de pensão, sempre conservadores, se voltam cada vez mais para o risco.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.