Flávia Boggio

Roteirista. Escreve para programas e séries da Rede Globo.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Flávia Boggio
Descrição de chapéu

Deixa eu te explicar

Com a disseminação do 'mansplaining', foram criados outros 'splainings'

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

O costume já é antigo, mas a expressão ficou popular nos últimos anos: “mansplaining”. Do inglês: man = homem e explaining = explicando. Trata-se do ato de um homem explicar a uma mulher, em tom de superioridade, algo muito simples ou que ela já saiba, muitas vezes mais do que ele. 

Com a disseminação do termo, foram criados outros “splainings” para apontar quando uma pessoa tenta elucidar algo que já se sabe, mesmo que ninguém esteja interessado em ouvir. 

Eis alguns exemplos, para você anotar e jogar na cara de amigos, familiares e conhecidos que se metem onde não foram chamados.

Ilustração
Galvão Bertazzi/Folhapress

Quando você fizer um churrasco e alguém se aproximar de sua churrasqueira, atenção, pode ser que aconteça um “churrasplaining”. 

Trata-se do fenômeno no qual o convidado, geralmente cunhado, dá palpites sobre como assar, cortar, posicionar a gordura e, nos casos mais graves, sugere jogar cerveja na carne. 

Caso você volte de viagem e um colega interrompa, dizendo que já esteve no local e teve uma experiência incrível, certamente está sofrendo de “vacationsplaining”. O fenômeno vem acompanhado de comentários desestimulantes, como: “Você não foi ao pico do Tico-Tico? Então você não conheceu o Jalapão direito”. 

Se estiver com problemas profissionais e seu primo comentar que você tem mais a oferecer ou que pode fazer seu dinheiro trabalhar sozinho, trata-se de um típico episódio de “autoajudasplaining”. Se não for isso, pode ser que ele queira propor um esquema de pirâmide. Em qualquer um dos casos, fuja. 

Quando você falar sobre religião e alguém sugerir algo como um retiro espiritual e que, para abrir os chacras, só o ioga (no masculino) e a meditação —mas tem que ser a indo-peloponesa—, trata-se de um episódio clássico de “namasplaining”. 

Além desses, temos o “tragedysplaining”, para quem conta uma história mais trágica que a sua, o “cheira-rolhasplaining”, para o chato dos vinhos, a “mãe-de-petsplaining”, para quem interrompe para falar do cachorro e, por último, o fenômeno da colunista que tenta explicar o fenômeno de explicar, numa “inception” da explicação, o “explainsplaining”.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.