Flávia Boggio

Roteirista. Escreve para programas e séries da Rede Globo.

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Flávia Boggio

Contos de Fadas Sensatas são adaptações ao contexto sociopolítico brasileiro

Histórias servem para pais quarentenados que precisam entreter crianças, sem que elas fiquem alheias à realidade

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Nesta semana, meus filhos gêmeos completaram seis meses. Desde então, eles prestam mais atenção em histórias que conto.

Mesmo que não entendam nada, faço pequenas adaptações para que as histórias fiquem atualizadas no contexto sociopolítico do Brasil.

Para vocês, pais quarentenados, que também precisam entreter suas crianças, mas sem que elas fiquem alheias à realidade, seguem: "Os Contos de Fadas Sensatas".

Duas crianças e um lobo dentro de uma casa jogam uma maçã na acbeça de uma senhora que está sentada ao lado de fora lendo.
Galvão

'João e o Pé de Feijão'

Era uma vez um menino muito pobre chamado João, que vivia no campo. Um dia, seu pai lhe deu uma missão: "João, vá à cidade vender a galinha, pois precisamos de dinheiro".

No caminho, ele encontrou um senhor que lhe propôs trocar a galinha por grãos de feijão. Quando ele voltou com os grãos, todos celebraram. "Com o preço do feijão, você fez um excelente negócio. Agora leve o carro e troque por arroz. Só assim para comermos feijoada."

'Branca de Neve'

Branca de Neve foi morar na casa de sete anões, dentro da floresta. Quando os pequenos anfitriões saíram para trabalhar na mina, a Rainha Má bateu à porta, disfarçada de velha: "Trouxe lindas maçãs para uma linda jovem". Branca de Neve perguntou: "São orgânicas?". A velha confirmou.

Mas Branca de Neve não estava satisfeita: "São de pequenos produtores?". "Sim", respondeu a idosa. "Mas os produtores são locais?" A velha confirmou, já impaciente. Branca perguntou, mais uma vez: "Tem certeza de que não têm agrotóxicos?". A velha jogou a maçã no chão e abandonou seu plano de envenenar Branca de Neve.

'Os Três Porquinhos'

Os três porquinhos viviam alegremente na floresta, quando apareceu um lobo esfomeado. Ele foi à casa do primeiro porquinho, feita de palha, e com um sopro a derrubou.

O porquinho correu para a casa do segundo porquinho, feita de madeira. Com um sopro, o lobo a derrubou.

Os dois correram até a casa do terceiro porquinho, feita de tijolos, mas o dono se recusou a abrir: "Se eu moro numa casa de tijolos, foi porque mereci!". Os dois porquinhos gritaram, desesperados: "Deixa a gente entrar, porquinho!". "Porquinho não. Engenheiro civil. Melhor do que vocês."

Os dois porquinhos foram devorados pelo lobo. E o morador da casa de tijolos se filiou ao Partido Novo.

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