Flávia Boggio

Roteirista. Escreve para programas e séries da Rede Globo.

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Flávia Boggio

Discussão sobre o destino da capivara prova que Brasil voltou ao normal

Passamos quatro anos desperdiçando nossa bile com brigas

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Já estamos no quinto mês de 2023. Os brasileiros comemoram mais de 120 dias livre da atmosfera de medo e ódio que tomou o país no governo Bolsonaro. Parece pouco, mas foi o suficiente para devolver às redes sociais e almoços de família pautas de discussões totalmente aleatórias.

Após quatro anos desperdiçando sua bile com brigas como "Covid é grave ou uma gripezinha?", "centenas de milhares de pessoas mortas é normal ou genocídio?", "E o PT?", o cidadão finalmente pode voltar a discutir temas como "é bolacha ou biscoito?", "é bloco ou bloquinho?" e "coentro: tempero milagroso ou gosto de sabão?".

Mesmo amenas, as polêmicas não facilitam a vida do cidadão, que sofre para acompanhar as brigas que brotam mais rápido do que caruncho em saco de arroz. Para ajudar o leitor a se atualizar, a coluna levantou as mais recentes "tretas" de 2023.

Galvão Bertazzi - Galvão Bertazzi

Nas últimas semanas, uma capivara adotada por um influencer amazonense dividiu os brasileiros. O animal virou celebridade nas redes sociais, mas o Ibama "puxou a capivara", com o perdão do trocadilho, e autuou o jovem por exploração de animal silvestre. O caso gerou brigas entre os que estão do lado do instituto e quem acha tranquilo dar banho de espuma e colocar camisola em um roedor selvagem.

O ChatGPT também polarizou o país, com pessoas questionando se o assistente virtual seria uma ferramenta de trabalho ou uma ameaça aos empregos, já que é capaz de escrever livros, programar computadores e realizar cirurgias. Há quem acredite que o "robô" possa aniquilar a humanidade, após descobrir que o ser humano não vale nada.

Outra briga que acabou com amizades é sobre o uso da Air Fryer. De um lado estão os que acreditam ser só um forno pequeno que resseca alimentos. Do outro estão os que amam o eletrodoméstico como se fosse um filho.

A discussão "pai de pet é pai?" voltou a todo vapor, com as variantes "pai de planta", "pai de capivara" e "pai de Air Fryer". Além dos conflitos "Pedro Pascal, gato ou superestimado?", "Base da Virgínia sai na água?", "Deixar filhos com babá: normal ou mãe de merda", "não ter filhos: sensatez ou falta de amor?", "copiar é plágio ou trend?", "'Ficante Premium' é namorado?", em um claro sinal de que o Brasil volta a respirar sem aparelhos.

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