No último domingo, o presidente Jair Bolsonaro foi flagrado comendo frango com farofa com as mãos, deixando cair todo o alimento em suas pernas e no chão.
O vídeo foi feito pela equipe de Fábio Faria que, mesmo sendo ministro e genro do maior comunicador do país, provou que de comunicação pouco entende. Caso contrário, saberia que o povo não iria gostar de ser representado por um adulto que se alimenta como um bebê. No final, a farofada se voltou contra o farofeiro.
Não foram apenas os eleitores que ficaram insatisfeitos. A coluna ouviu o outro lado de quem também protagonizou o vídeo: a farofa.
Segundo a iguaria à base de mandioca, não foi Bolsonaro que expeliu a farofa, mas a farofa que se expeliu de Bolsonaro. O farelo teria fugido para não ter o desprazer de parar na boca do presidente.
"Poderia ser pisada por passantes, varrida para um aterro, até ser comida por pombos, mas alimentar o presidente, jamais", protesta.
Em entrevista à coluna, a farinha conta como foi parar no chão de uma barraca de frango assado, em Brasília: "Estava tranquila, aguardando ser comida como qualquer farofa, com garfo e faca. Até que fui capturada por dedos com restos de leite condensado e secreção nasal", desabafa. "Não tive escolha e pulei para o chão."
Os modos com que o presidente se alimenta foram decisivos para a fuga: "Um frango, que escapou da boca do capitão, contou que nem mastigar ele mastiga", relata, sem conseguir conter as lágrimas de manteiga. "Eu iria direto para o estômago e teria o desgosto de encontrar o miojo do seu jantar, que, provavelmente, não teria sido digerido".
Para a farofa, a lambança foi produzida por um parente do presidente. "Um rapaz com alguns fios de cabelo na cabeça que, assim como eu, também tentavam fugir." Pela descrição, tudo indica se
tratar do filho do presidente, Carlos Bolsonaro.
O derivado de mandioca conseguiu prever a repercussão negativa do episódio: "Bolsonaro quis se parecer com um homem do povo, mas homem do povo foi quem varreu aquela imundície de lá".
A iguaria aproveitou para protestar contra o nome do evento, "Farofada do Bolsonaro". "Não fui eu que
fiz aquela lambança. Tinha que se chamar ‘Bolsonarada da Farofa’."
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