O México e seu futebol fazem parte da vida do Brasil e do nosso futebol a tal ponto que em 1970, meses depois da conquista do tricampeonato mundial, a CBD organizou o chamado Jogo da Gratidão, sensibilizada com o carinho dos mexicanos pela seleção que acabara de conquistar, de vez, a Taça Jules Rimet.
Então, com o Maracanã lotado, o time completo do tri não forçou, para ser delicado com os homenageados, e fez só 2 a 1. Que haviam sido goleados por 4 a 0 no jogo de abertura da Copa de 1950, no mesmo Maracanã, assim como levaram de 5 a 0 quatro anos depois, na Copa da Suíça.
É isso, eles jamais fizeram nem sequer um gol na seleção brasileira em jogos por Copas do Mundo e continuaram a não fazer em 2014, quando, em Fortaleza, houve empate 0 a 0.
Só aí tivemos clareza de que o que era doce acabou-se. Porque, repita-se, neste século foram 6 vitórias deles contra 5 nossas, em 14 jogos, sem contar o triunfo na decisão da Olimpíada de Londres, em 2012, por 2 a 1, com dois gols de Peralta.
País da piada pronta, às vezes somos vítimas das piadas de terceiros.
Oribe Peralta não é titular da atual seleção asteca, mas está no grupo. Que fique no banco, bem-comportado, secando o goleador titular Chicharito Hernández. Era do México a maior façanha desta Copa, ao bater os campeões mundiais alemães, vitória de certa forma desmoralizada com a eliminação germânica pela Coreia do Sul.
Se não bastasse, o baile dado pelos suecos devolveu os mexicanos à dura realidade, num jogo em que o ex-técnico do São Paulo Juan Carlos Osorio achou de fazer testes na defesa, para se arrepender pública e amargamente.
Já a seleção brasileira evolui de jogo para jogo, exatamente como fez em 1994 e em 2002, quando "bateu campeão", para usar a expressão de Tite.
Motivos de preocupação eles têm mais que os brasileiros, além de tentar quebrar a escrita de não conseguir passar das oitavas de final.
O que está longe de significar que nesta segunda (2) na alegre, quente e simpática Samara os brasileiros terão moleza como os suecos.
Porque a vida nesta Copa não está fácil para ninguém, embora possa se tornar, caso o time brasileiro não cometa o mesmo erro mexicano de se achar melhor do que é.
Nas oitavas, vida fácil só a dos belgas, contra o Japão. Ou não? Só que antes da Bélgica tem o México.
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