Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri

Na fronteira da reta final do Brasileiro, o Palmeiras mostra ser o mais forte

Times B, de Brasileiro, ou C, de Copas, como bem sacou o PVC, parecem melhores a cada jogo

Homem de verde cumprimenta homem de azul
Deyverson, do Palmeiras, comemora depois de marcar o segundo gol da vitória do clube sobre o São Paulo - Paulo Whitaker/Reuters

​Se o gênio da lâmpada mandasse Felipão fazer três pedidos sobre os resultados antes da rodada passada no Brasileiro, o técnico, reclamão como é, perguntaria se poderia fazer quatro.

Diante do sim, pediria: 1. Que o Inter, empatado em pontos com o Palmeiras, perdesse do Sport, na Ilha do Retiro; 2. Que o Palmeiras, é claro, vencesse o São Paulo no Morumbi; 3. Para não exagerar, pediria que o Grêmio, principal ameaça por seu futebol, não ganhasse do Bahia, em Porto Alegre, nem precisava perder; 4.

Finalmente, gostaria de uma vitória do Corinthians para despachar o Flamengo, mas sem dar publicidade ao pedido, porque os palmeirenses querem sempre ver a derrota do arquirrival.

Tirante o quarto pedido, o de lambuja e menos importante, todos os demais foram plenamente atendidos.

Para confirmar a decadência colorada, o Inter levou uma impensável virada do Sport, na parte de baixo da tabela.

Felipão chegou a duvidar do gênio quando viu o time gaúcho abrir o placar no Recife e só passou a acreditar nele quando viu o 2 a 1.

Ficou com um elefante atrás da orelha ao ver o Flamengo estraçalhar o desmontado Corinthians em Itaquera, mas o 3 a 0 rubro-negro deu tanta alegria aos alviverdes que ele acordou confiante para o Choque-Rei no Morumbi, apesar da escrita de 16 anos sem vitória esmeraldina na casa tricolor.

O 2 a 0 acabou por ser muito mais fácil do que o imaginado, contra um adversário em evidente viés de queda, numa decadência a olhos vistos, comparável à do Inter, exatamente quando chegamos diante da 29ª rodada, a próxima, começo da reta final do Brasileiro, as dez rodadas restantes.

Homens de verde comemoram em gramado
Gustavo Gomez comemora seu gol contra o São Paulo, o primeiro da partida de sábado (6) - Paulo Whitaker/Reuters

Faltava o jogo do Grêmio, e o gênio da lâmpada iluminou o Bahia para arrancar o empate de 2 a 2 contra o poderoso time em plagas gaúchas, para manter o Tricolor a cinco pontos do líder isolado Palmeiras. Líder quatro pontos à frente de São Paulo e Flamengo e três do Inter.

Quer coisa melhor do que ver seus perseguidores, com exceção do Flamengo, perderem pontos que tinham como certos? Hora então de olhar para frente.

No domingo que vem (14), no Pacaembu, o Palmeiras recebe o Grêmio sem o zagueiro Kannemann e o atacante Everton, graças ao desrespeito brasileiro às datas Fifa, embora Everton tenha se machucado no catastrófico empate com o Bahia.

Graças, também, à insensibilidade de Tite no caso do brasileiro.

Se passar incólume pelo Grêmio, como pode e deve, o único confronto direto restante será contra o Flamengo, no Maracanã, no último sábado (27) de outubro.

Felipão não terá mais motivos para pedir nada ao gênio, pois Dudu, Moisés, Bruno Henrique etc. são suficientes.

Porque os concorrentes também se enfrentarão, como Inter x São Paulo noutro clássico entre paulistas e gaúchos no domingo que vem, mas no Beira-Rio.

Ou, na 32ª rodada, entre São Paulo e Flamengo, na 34ª, entre São Paulo e Grêmio, e na 36ª, entre Flamengo e Grêmio.

É verdade, em meio a tudo isso haverá dois jogos contra o Boca Juniors e, quem sabe, mais dois, os finais pela decisão da Libertadores, contra Grêmio ou River Plate.

Só que o Palmeiras B, de Brasileiro, ou C, de Copas, como bem sacou o PVC, passam a sensação de estar a cada jogo mais fortes, ao contrário de seus concorrentes.

OK, OK, OK, como diz Gilberto Gil, na Copa do Brasil o Palmeiras fraquejou, como havia fraquejado no Paulistinha.

Tudo bem, digo eu, para ser campeão tem de ganhar também dos assopradores de apito.

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