Nas duas premiações mais badaladas do futebol brasileiro, a Bola de Prata, desde 1970, e a da CBF, desde 2005, houve quase unanimidade.
As exceções ficaram por conta dos goleiros Weverton e Marcelo Lomba e de Everton, do Grêmio, e De Arrascaeta.
De resto, Mayke, Geromel, Victor Cuesta, Renê, Rodrigo Dourado, Bruno Henrique, Lucas Paquetá, Dudu e Gabigol foram os escolhidos, assim como Felipão ficou com o justo prêmio de melhor treinador, um feito respeitável para quem acaba de completar 70 anos.
Há uma diferença significativa entre os dois prêmios.
A Bola de Prata é conferida por meio de notas dadas a cada jogador, rodada por rodada.
A seleção da CBF é feita por votação num colégio eleitoral composto por jogadores, treinadores, ex-jogadores e jornalistas.
Na seleção deste que vos escreve, Lomba é o goleiro, como na eleição da CBF, e Everton, como na Bola de Prata, supera o uruguaio De Arrascaeta, do Cruzeiro.
Porque Lomba teve atuação mais decisiva para levar o Inter ao terceiro lugar do que o goleiro campeão brasileiro.
Nada contra Weverton, ao contrário, que acabou por vencer a concorrência com dois senhores goleiros, Fernando Prass e Jailson.
Assim como tudo a favor de De Arrascaeta, mas os três atacantes do time da Bola de Prata agradam mais que a formação com o quarteto no meio de campo da CBF.
Como em cada cabeça uma sentença, a escolha da coluna seria outra.
Com Lomba no gol, mas com Militão, que foi embora do São Paulo, numa lateral, e Dodô, do Santos, na outra.
O miolo de zaga tem Victor Cuesta, do Inter, sim, mas tem Dedé, do Cruzeiro.
Arthur, ex-Grêmio, agora no Barcelona, e Bruno Henrique do campeão Palmeiras, compõem o meio de campo com Éverton Ribeiro, do Flamengo.
E Dudu, o craque do ano, mais Everton, o Cebolinha gremista, infernizam os lados do campo com a companhia, pelo meio, de Pablo, do Atlético Paranaense.
Você poderá objetar que estão escalados jogadores que saíram no meio do campeonato.
Verdade verdadeira.
Mas, ora bolas, saíram exatamente porque estavam jogando demais, e tanto é verdade que acabaram convocados por Tite para a seleção canarinha.
Quanto ao técnico não há divergência: um Felipão zen, a não ser em suas preferências políticas, sempre autoritárias, merece todas as homenagens.
Eleição na Gávea
O Flamengo vai às urnas no sábado (8) para escolher seu presidente pelos próximos três anos.
Nos últimos seis, uma verdadeira revolução sem mecenato ou doping financeiro, sem suspeitas de lavagem de dinheiro ou certeza de agiotagem, a gestão que sai de cena mudou a cara do clube, deu-lhe a infraestrutura que merecia, equacionou a dívida que parecia impagável, mas não conquistou, no futebol, nenhum título de seu tamanho.
Sublinhe-se no futebol porque no basquete até campeão mundial foi em 2014, algo que só o Sírio de Oscar, em 1979, havia conquistado entre os clubes brasileiros. Com o que o Rubro-Negro, assim como Barcelona e Real Madrid, chegou ao cume também no basquete.
É, mas falhou no futebol, porque vice-campeão, com sua melhor pontuação desde a implantação dos pontos corridos, é palavrão no Brasil.
Pode ser. Mas dar sequência à revolução, que até mudou o estatuto para estabelecer a responsabilidade fiscal na gestão, será a melhor solução. Títulos virão.
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