Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Seleção fez mau primeiro tempo e se superou no segundo para vencer o Chile

Time do técnico Tite vai melhor com 10 em campo do que com 11 nas quartas da Cova América

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Quem teve a ilusão de que os jogadores da seleção brasileira enfrentariam os chilenos, nas quartas de final da Cova América, motivados pelo que viram hora antes entre Itália e Bélgica ficou frustrado com o primeiro tempo sem graça alguma, sem emoção, sem intensidade, sem futebol bem jogado.

No segundo tempo, tudo mudou, e não porque logo no primeiro minuto Lucas Paquetá fez o 1 a 0 que classificou a seleção para enfrentar Peru nas semifinais, nesta segunda-feira (5).

O autor do gol da seleção brasileira, Lucas Paquetá comemora com Neymar e Richarlison
O autor do gol da seleção brasileira, Lucas Paquetá (à esq), comemora com Neymar e Richarlison - Carl de Souza/AFP

O que mudou e mostrou um time que deu satisfação foi a expulsão de Gabriel Jesus no terceiro minuto.

Aí se viu uma equipe coesa, empenhada, brava e, também, perigosa, capaz de ser ameaçada, levar bola no travessão, mas, também, de ameaçar, criar chances, com Neymar capaz de assumir a responsabilidade de estrela maior e comandar quase todas as jogadas em contra-ataques que quase permitiram a ampliação do placar. Neymar peladeiro é imbatível.

Em vez de firulas e arrogância, viu-se um time abnegado, com fibra, qualidades que fazem o torcedor abraçar uma equipe, por maior que seja a evidente dificuldade de criação do meio de campo brasileiro.

Barraco em igual

A guerra surda pelos milhões que a CBF rende passa de quaisquer limites.

Padrinho e afilhado, Marco Polo del Nero e Rogério Caboclo não economizam golpes baixos com a cumplicidade, de um lado e do outro, de gente altamente desqualificada.

É mais ou menos como fazer parte do governo genocida ou defendê-lo: a rara leitora e o raro leitor não encontrarão nem sequer uma pessoa de bem, de caráter, que não esteja apenas pensando em si mesmo dentro da Casa Bandida do Futebol.

Daí a briga não economizar em baixarias e não haver um lado para se torcer.

O ideal seria os dois perderem, o que, aliás, não pode ser descartado —e aí aparece outra notícia ruim: uma eventual terceira via não será melhor porque, para derrotar Nero$Caboclo, é preciso gente ainda pior, que você encontra sem dificuldade entre os vice-presidentes.

Qual, então, a solução?

Sob risco de ser incurso na famigerada Lei de Segurança Nacional, a solução está em chamar o DDDrin, tanto para o Palácio do Planalto e o da Alvorada, em Brasília, quanto para a Casa Bandida do Futebol, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e, depois do serviço feito, começar tudo de novo, do zero.

Porque, é óbvio, quando se olha para quem está no poder no país, como esperar que haja gente melhor no futebol?

O futebol sempre teve os piores, até mesmo nos melhores momentos do país. Imagine agora.

Nova Itália

Mancini, o Roberto, não o Henry, está fazendo a Itália jogar por música.

A nova Azzurra é uma delícia de se ver.

Números, recordes, os italianos sempre tiveram, sempre bateram, no Planeta Bola. Impressiona saber que estão há 32 jogos invictos, com 27 vitórias, 13 seguidas?

Insigne (camisa 10) comemora seu gol pela Itália contra a Bélgica, na Eurocopa
Insigne (camisa 10) comemora seu gol pela Itália contra a Bélgica, na Eurocopa - Andreas Gebert/Reuters

Sim, é claro, mas mais importante que as estatísticas é o futebol apresentado pelos tetracampeões mundiais tão falados por ser quase perfeitos na defesa e que estão encantando pelo que fazem do meio de campo para frente.

Se vencerão os espanhóis nesta terça-feira (6) pelas semifinais da Eurocovid, ninguém sabe. Mas que estão apresentando o melhor futebol do torneio está fora de questão.

Paraguai suíço

Os relógios paraguaios podem ser inferiores aos suíços, mas numa coisa, ao menos, paraguaios e suíços são iguais: na cobrança de pênaltis.​

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