O Morumbi viu um Majestoso muito mais fácil do que se poderia imaginar.
A juventude tricolor se impôs sobre os veteranos alvinegros do começo quase ao fim do clássico.
Rogério Ceni optou por rejuvenescer seu time, e Vítor Pereira ainda não teve tempo para fazer escolhas no dele.
O que se viu foi o predomínio físico do time anfitrião bem mesclado de um lado e a lentidão dos visitantes mais experientes. Nem a pretendida posse de bola o Corinthians teve até que Welington, no fim do primeiro tempo, abriu o marcador, em belíssimo arremate do bico esquerdo da área.
O Corinthians havia ameaçado apenas uma vez, em chute de fora da área.
O segundo tempo corria ainda mais tranquilo para os são-paulinos quando, em jogada de pé em pé, Calleri deu o 2 a 0 para Alisson, aos 16 minutos.
Parecia o fim da semifinal e de fato foi, mas não sem sobressaltos porque o futebol reserva maldades impensáveis.
O goleiro Jandrei, com todos os méritos, ganhou a posição do veterano Tiago Volpi e, acionado duas vezes, compareceu com duas ótimas defesas em chutes de Roger Guedes e de Giuliano.
Ao sair jogando, perdeu bisonhamente a bola para Jô que diminuiu para 2 a 1 e pôs uma interrogação nos mais de 53 mil torcedores presentes ao estádio, pois ainda haveria mais dez minutos para o fim de jogo, com seis de acréscimos.
O São Paulo vai decidir o campeonato estadual pela terceira vez com o Palmeiras, e tem a vantagem de ser o campeão nas duas decisões anteriores, em 1992 e no ano passado.
Ao contrário, porém, do acontecido em 2021, o segundo jogo terá o mando alviverde, com torcida única.
O Choque-Rei da quarta-feira (30), no Morumbi, tem tudo para ser muito interessante.
O Palmeiras ganhou por 1 a 0 na fase de classificação, mas sofreu e, na verdade, não mereceu vencer, porque recuou demais. O empate não ocorreu por detalhes.
Aquela atuação rendeu críticas severas ao trabalho de Abel Ferreira, que jura não ter mandado o time recuar.
Agora, de contrato renovado até o fim de 2024, e com a mulher e as duas filhas vindo para o Brasil, o lusitano que virou ídolo do ex-clube da colônia italiana, há décadas muito mais que isso, fará seu time agredir os donos da casa?
Contra o Bragantino, ao triunfar por 2 a 1 e se classificar para a terceira final seguida no estadual, e nona na curta trajetória de Abel no alviverde, não se pode reclamar de o time ter posto vantagem e se retrancar. A crítica possível está na dificuldade de finalizar os jogos, de sofrer riscos desnecessários, mas aí a responsabilidade não é do treinador.
Ganhar do Palmeiras é o objetivo do momento.
Se o São Paulo conseguir, na temporada em que não deu preferência ao primeiro torneio do ano, lavará de vez a alma tricolor, mesmo que não venha a ser o campeão, ou melhor, bicampeão.
Futebol cruel
O Botafogo precisava derrotar o Fluminense por dois gols de diferença para ir à final no Rio de Janeiro, contra o Flamengo. Chegar nela já era quase tudo que poderia pretender.
E lutou. Fez 1 a 0 no primeiro tempo, aos 48 minutos, buscou incessantemente o gol salvador no segundo, aos 91 minutos, ambos com o touro Erison, mas levou o gol, que classificou o Flu, de Cano, aos 97. Uma maldade incomensurável!
O Fla-Flu decidirá pela 12ª vez o Campeonato Carioca, com 6 a 5 para os rubro-negros, favoritos ao 7º.
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