Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Os melhores, e os piores, do Brasileirão-2023

Terminado o campeonato mais equilibrado do mundo, vamos aos eleitos da temporada

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No jornalismo não se aposta.

Nem mesmo, quando praticado com a devida prudência, cabe afirmar que o avião chegará às tantas horas, porque sempre há o risco do imprevisto. "Está previsto para chegar" é o modo mais apropriado.


Daí o cuidado de não se afirmar, aqui, que "terminado o Campeonato Brasileiro de 2023 com a consagração do bicampeonato palmeirense", os eleitos como melhores e piores do ano são etc. etc. e tal.

O óbvio bi ainda não estava, matematicamente, confirmado quando este texto chegou à Redação.

E se aconteceu a derrota do Palmeiras para o Cruzeiro e a épica goleada do Atlético Mineiro sobre o Bahia para consagrar eternamente o Felipão? Eu, hein?

Cautelas à parte, eis a seleção da coluna: Éverson é o goleiro da estranha família de Weverton, Alisson e Ederson, filhos de Éver, Alis e Éder, para rimar no mesmo tom que o arqueiro palmeirense.

Everson em lance de Flamengo 0 x 3 Atlético-MG, no Maracanã - Cláudia Martini -29.nov.23/Xinhua

Na lateral-direita, Marcos Rocha, pela regularidade e seriedade, melhor que qualquer um dos que têm servido a seleção brasileira.

O paraguaio Gustavo Gómez e o tricolor Nino compõem o miolo de zaga, complementado por Guilherme Arana, ou pelo uruguaio Piquerez.

Nino, do Fluminense, no empate em 0 a 0 contra o Internacional no Beira-Rio - Diego Vara - 8.nov.23/Reuters

No meio, o jovem André, também do Fluminense, Raphael Veiga e Dom Arrascaeta, ou Arias.

No ataque, Hulk, Luis Suárez, o terceiro uruguaio, e Paulinho, o goleador do certame.

Hulk na partida contra o Flamengo no Maracanã - Ricardo Moraes/Reuters

Caberia Endrick, decisivo para a arrancada alviverde, revelação nem é de hoje, candidato a melhor do ano, tivesse sido escalado mais cedo.

Verdade que a rara leitora e o raro leitor devem perguntar como alguém pode ser o melhor do campeonato se não está na seleção do colunista? Ao que ele, cinicamente, responderá que o futebol não tem lógica.
O treinador do Brasileirão é o português… Pedro Caixinha, do Bragantino, porque o outro, Abel Ferreira, entrou para a categoria dos hors-concours.

Pedro Caixinha, técnico do Red Bull Bragantino - Diego Vara/Reuters

E Fernando Diniz? Bem, este foi o melhor técnico da Libertadores, e já está de bom tamanho, também porque Abel demorou a escalar Endrick no torneio continental, por mais que caiba discussão para mais de metro sobre o tema.

O pior do Brasileirão é recorrente e assim será até que se profissionalize a arbitragem no país.

A soma dos assopradores de apito, mais o VAR da CBF, dá número negativo abaixo das temperaturas na Sibéria, para onde todos eles deveriam ser mandados só com passagem de ida. Um horror.

Louvemos a média de público nas arquibancadas, embora ainda abaixo dos 30 mil torcedores por jogo, mas em significativo progresso, exatos 26.538, em sétimo lugar no Planeta Bola, ainda bem abaixo da Bundesliga, com 40 mil e em primeiro lugar, e até mesmo da segunda divisão alemã, com mais de 28 mil, em quinto, segundo o portal World Football.

Entre os piores estão os quatro times rebaixados, o desempenho do Botafogo no segundo turno, abaixo da crítica mesmo que fosse o previsto para o primeiro, e o do Corinthians, com folha salarial entre, no mínimo, as cinco maiores e resultado desesperador em campo, a ponto de transformar Itaquera em palco amigo dos visitantes —que de lá saíram com três pontos três vezes e com um dez vezes em 19 jogos, aproveitamento de 49,12%.

Luis Suárez na partida Grêmio 0 x 1 Corinthians, na Arena do Grêmio - Diego Vara - 12.nov.23/Reuters

Luis Suárez deixa saudades e lições.

Do menino-prodígio Endrick fica o gosto de quem só poderá saboreá-lo daqui a pouco com a camisa merengue do Real Madrid, porque somos incapazes de manter nossos craques.

Endrick na partida Palmeiras 4 x 0 América-MG, no Allianz Parque - Carla Carniel - 239.nov.23/Reuters

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