Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri
Descrição de chapéu Itália Argentina

Em homenagem a Mané Maria

Anos bissextos são como Copas do Mundo, só a cada quatro anos: viva o dia 29/2!

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Tinha pena, quando criança, dos que nasciam em 29 de fevereiro, pois achava que só ganhavam presentes de quatro em quatro anos.

Daí aprendi que a comemoração em anos não bissextos poderia ser feita no dia anterior ou no 1º de março.


Quem completa hoje 76 anos é Manoel Maria, ex-ponta-direita do Santos, tão bom, mas tão bom, driblador de primeira, que recebeu o apelido de Mané Maria, referência a Mané Garrincha.

Manoel Maria e Pelé, no Santos
Manoel Maria e Pelé, no Santos - Reprodução

Ele chegou a ser cogitado para a Copa do Mundo de 1970, quando constou da lista dos 40 jogadores pré-convocados e houve quem defendesse seu nome para substituir o ponta botafoguense Rogério, machucado, mas resolveu-se chamar um terceiro goleiro, Emerson Leão.

Grave acidente automobilístico ceifou-lhe a carreira ainda em 1970, frustração enorme para quem surgia como substituto ideal do grande Dorval, aquele que compunha o ataque mais infernal do Planeta Bola, com Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe.

Pelé , Pepe e Coutinho - José Dias Herrera / Divulgaçao Santos

Essa coisa de se ligar em datas e efemérides é curiosa.

José Trajano é o responsável por fazer com que vira e mexe eu, que não dou a menor bola para o meu aniversário, procure saber o que há de redondo em dias passados.

Anos atrás, aqui, celebrei o mês de outubro, o que reúne o maior número de nascimentos de gênios do futebol.

O Rei Pelé, Mané Garrincha e Diego Maradona são outubrinos, com o perdão do neologismo.

Basta, não é?

Sim, bastaria, mas não bastava.

Porque Didi, o Príncipe Etíope, também é do mês 10.

Como o holandês Marco Van Basten, os brasileiros Careca e Paulo Roberto Falcão (que me fez torcer pelo Internacional tricampeão brasileiro), o francês Raymond Kopa, o inglês Boby Charlton, o sueco Zlatan Ibrahimovic, o argentino Omar Sivori e o liberiano George Weah, Bola de Ouro em 1995, além do goleiro russo Lev Iashin, o Aranha Negra.

Goleiro tem também o brilhante brasileiro Dida, como zagueiros têm o uruguaio Darío Pereyra e o ídolo palmeirense Waldemar Fiume, o centroavante inglês Wayne Rooney, o ponta-esquerda espanhol Gento e o grande capitão alemão Fritz Walter.

O encantamento com outubro fez com que eu pesquisasse os demais meses e publicasse em colunas sucessivas a relação de craques nascidos em cada um. Achava uma delícia.

Até o dia em que o querido Clóvis Rossi mandou mensagem: "Pare, Juca! Pelo amor de Deus! Está faltando assunto? Quem procura efemérides está com falta do que dizer ou em crise de criatividade", apelou.

Bateu-me dúvida cruel: e agora, o que fazer? E os meses ainda não citados? Sigo em frente e não dou bola ao mestre? Explico à rara leitora e ao raro leitor a razão da interrupção?

Honestamente não me lembro o que fiz nem tive paciência, agora, para pesquisar, convencido de que, pelo menos desta vez, a busca por alguém célebre nascido em 29 de fevereiro não foi por falta de assunto.

E prometo esperar mais quatro anos.

EM TEMPO
Na coluna passada, sobre por quem torcer, faltou mencionar o Santos, talvez por ter sido contemplado em 9 de dezembro último, quando, a pretexto de lamentar a queda do clube, contei que, além de dever ao time alguns dos mais belos momentos vividos no futebol, devo, também, dois anos de saúde sem fumar, promessa feita antes da virada sobre o Milan em 1963.

Quem, então, deixasse de torcer pelo Santos não gostava de futebol.

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