Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri

O futebol como o futebol deve ser

Liverpool x Manchester City é o Barcelona x Real Madrid desta década de 2020

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É de se imaginar que a rara leitora e o raro leitor paulistas esperassem encontrar aqui a análise da sofrida classificação do São Paulo para as quartas de final do Paulistinha. Ou que cariocas quisessem ler sobre a bela, e econômica, vitória do Flamengo sobre o Fluminense. Ou, ainda, que mineiras e mineiros aguardassem a avaliação do desempenho do Galo que praticamente selou sua vaga na final do campeonato estadual ao derrotar o América.

Mas como, quando o jogo do Planeta Bola aconteceu na Premier League?

Liverpool x Manchester City está hoje para o futebol como Barcelona x Real Madrid esteve não faz muito tempo.

Jürgen Klopp e Pep Guardiola durante confronto entre Liverpool e Manchester City no estádio Anfield, em Liverpool - Carl Recine - 10.mar.2024/Reuters

Pep Guardiola x Jürgen Klopp, os dois melhores treinadores do mundo, não decepcionaram, embora, que pena!, os Reds tenham jogado a maior parte dos 90 minutos com tantos desfalques, sem seus dois extraordinários laterais, Alexander-Arnold e Robertson, e sem Mohamed Salah, ao passo que os Citizens tinham Kevin De Bruyne e Erling Haaland e estavam completos.

Para compensar, havia Anfield lotado pela torcida mais comovente que existe, o 12º jogador para nunca deixar o time caminhar sozinho em gramado natural e impecável.

O City saiu avassalador, o Liverpool equilibrou, ao equilibrar sofreu o 1 a 0 na metade do primeiro tempo e daí para frente era proibido tirar os olhos do jogo.

Que terminou em diabólico 1 a 1 graças a pênalti que Aké obrigou Ederson a cometer, a duas bolas nas traves do Liverpool, embora os vermelhos, principalmente depois que Robertson e Salah entraram, tenham sido superiores no segundo tempo, quando, vá entender!, Guardiola tirou De Bruyne para Kovacic jogar.
O belga também não entendeu, ficou bravo e o catalão explicou a ele com humildade, ao argumentar que o viu cansado.

Conclusão: os gênios também erram. Por que não perguntou?

Herói ou vilão

Se o CEO da SAF do Botafogo, o norte-americano John Textor, tiver mesmo as provas que diz ter, embora diga e desdiga com enorme desfaçatez, ele prestará inestimável serviço ao futebol brasileiro.

Caso contrário, se a gravação que alardeia ter de árbitro cobrando propina por não ter recebido o dinheiro prometido por manipulação de resultado for tão fantasiosa como é falso o prejuízo sofrido pelo Botafogo por erros de arbitragem no Brasileirão passado, Textor deve ser banido.

A denúncia feita pelo empresário extrapola a investigação esportiva, é caso para a Polícia Federal que deve intimá-lo imediatamente a depor e apresentar o que tem.

O passado de nosso futebol com a Máfia da Loteria Esportiva, Caso Ives Mendes, Máfia do Apito, João Havelange/Ricardo Teixeira/José Maria Marin/Marco Polo Del Nero, justifica todas as desconfianças, com o que Textor tem o benefício da dúvida.

Se for só chororô a leviandade tem de ser punida.

Marketing caloteiro

Por que o marketing esportivo tem sido área de espertalhões quase sem exceção, da suíça ISL que quebrou até a FIFA, às brasileiras Traffic, Klefer, Sport Promotion e, agora, incluída a Brax, de discurso moderno e prática velha, autora de calote na CBF e parceira do Corinthians, em vias de viver mais um golpe? Por quê?

É praga do esporte ou do capitalismo?

Impossível ser honesto neste meio?

Todos que nele convivem precisam ser encantadores de serpentes, bons no discurso, péssimos no serviço, quando não corruptos e corruptores?

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