Em todos os países do mundo, independentemente da política local, é dada pouca atenção às possibilidades de comunicação com os populares em situações de possível violência entre a polícia e o público.
Nestes eventos, ganham destaque não só o gás lacrimogêneo mas também os canhões de jatos de água, projéteis de borracha e spray de pimenta, esclarece Rohini J. Haar na revista BioMed Central (BMC), editada no Reino Unido.
Considerada “não letal”, a irritação provocada pelo gás lacrimogêneo pode resultar em graves consequências para a saúde, explica Haar.
Os danos são temporários quando o gás está em baixas concentrações, mas, do contrário, pode provocar lesões permanentes no sistema respiratório.
Para a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, não há concentração mínima segura do gás lacrimogêneo para a saúde.
Em relação a outras medidas para o controle de multidões, Haar fez uma revisão de 31 estudos de 11 países no qual participaram 5.131 pessoas que sofreram ferimentos. Duas delas morreram e 58 passaram a sofrer de deficiência permanente.
Os projéteis provocaram 231 ferimentos —27% deles resultaram em ferimentos na cabeça e/ou perda de visão.
Rohini J. Haar conclui que grande parte das consequências do controle agressivo das multidões poderia ser evitada pela comunicação aberta entre os manifestantes e a comunidade, além da prisão de indivíduos violentos.
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