Desde a sua descoberta por Fleming em 1928 e após a Segunda Guerra Mundial, quando foi introduzida no arsenal terapêutico da população, a penicilina teve seus momentos de glória.
Serviu de forma intensa até para o tratamento desnecessário da gripe, mas resolveu, na época, o problema da disseminação da sífilis no Brasil.
Com o tempo, surgiram novos e melhores antibióticos, mas a penicilina permanecia útil apenas no tratamento da sífilis. E mesmo com os muitos anos passados, ainda é a principal indicação para a doença.
Atualmente, a mudança de costumes nas relações entre os sexos, iguais ou diferentes, permitiu à Organização Mundial da Saúde avaliar que, globalmente, mais de 1 milhão de doenças são transmitidas sexualmente, com destaque para clamídia, blenorragia e sífilis.
No caso da sífilis, seu agente causador, a bactéria Treponema pallidum, tem sido diagnosticada junto com o vírus do HIV.
Recentemente, Claudio Queniti Hirai e colaboradores da Universidade Estadual de Maringá, no Paraná, relataram na revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical estudo sobre a presença concomitante das duas afecções em pacientes.
Recomendam, por isso, exames laboratoriais de rotina para o diagnóstico precoce de infecções assintomáticas de neurossífilis.
Ricardo Nitrini e colaboradores do Hospital das Clínicas de São Paulo relatavam, já em 2010, na revista Demência e Neuropsicologia, a presença de várias síndromes neuropsiquiátricas provocadas pela sífilis não tratada: a neurossífilis, consequência em áreas onde o diagnóstico e o tratamento da sífilis não são efetuados.
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