Sofre o eleitor do Distrito Federal a menos de três semanas do primeiro turno. Se correr, o bicho pega, se ficar, o bicho come.
Nove anos depois do escândalo de corrupção da Caixa de Pandora, que levou à queda do governo de José Roberto Arruda, então filiado ao DEM, a capital da República ainda tenta buscar um rumo político.
As gestões pós-Arruda foram um desastre administrativo. O petista Agnelo Queiroz (2011-2014) deixou como legado de desperdício de dinheiro público a construção do estádio Mané Garrincha, um elefante branco sem utilidade no coração de Brasília. Uma despesa de R$ 1,6 bilhão, com dados de superfaturamento que superam os R$ 600 milhões.
Derrotado na tentativa de reeleição em 2014, Agnelo chegou a ser preso em 2017. Em abril deste ano, virou réu por associação criminosa.
Seu sucessor, Rodrigo Rollemberg (PSB), postula mais um mandato de governador no DF. O índice de rejeição a ele resume o caos que foi sua passagem na chefia de governo. Segundo a pesquisa Datafolha divulgada em 6 de setembro, 48% dos eleitores declararam que não votariam nele de jeito nenhum, o maior índice registrado entre todos os candidatos.
Rollemberg, no entanto, está no páreo. O maior obstáculo à permanência dele chama-se Eliana Pedrosa (Pros). Ela sintetiza a política local.
Era secretária do governo Arruda na época em que explodiu o esquema de desvios. Hoje é apoiada pela família de Joaquim Roriz, ex-governador que fez carreira transitando entre o populismo nas regiões pobres e os malfeitos com a verba pública.
A família de Pedrosa enriqueceu às custas de contratos de suas empresas de terceirização com o governo do DF. Como candidata, ela promete construir mais estádios na capital.
Na disputa aparecem ainda Rogério Rosso (PSD), personagem de delações, e Alberto Fraga (DEM), aliado de Arruda com protagonismo na bancada da bala no Congresso.
As perspectivas são sombrias para os moradores de Brasília a partir de janeiro. Seja qual for o resultado.
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