Um grupo de amigos em uma mesa de bar, o garçom traz a conta.
Tchelo: Como vocês querem fazer? Vamos dividir igual?
Rodrigo: Mais prático. Quanto deu?
Amanda: Então, gente, eu não bebi cerveja.
Suzana: Tá, a gente tira sua parte, o que você comeu mesmo?
Amanda: O meu foi o gurjão, mas o Rodrigo vai rachar comigo.
Rodrigo: Por que se eu mal toquei no gurjão?
Amanda: Mas eu abortei um filho seu e você nunca pagou a sua parte.
Rodrigo: Faz o seguinte, Amanda é minha convidada. Aqui aceita vale-refeição?
Tchelo: Então também vou contribuir, porque fui eu que apresentei os dois, inclusive disse pra Amanda que você era ótimo.
Amanda: Nossa, nem lembrava disso, não precisa.
Tchelo: Faço questão.
Suzana: Então deixa que eu pago o do Tchelo, que eu tô devendo de quando ele assumiu a culpa por aquele atropelamento e pegou dois anos de cadeia.
Tchelo: Imagina, foi no semiaberto.
Suzana: Mas eu pago aqui logo e fica elas por elas, pode ser?
Rodrigo: Alguém pediu uma soda?
Amanda: E se, pra simplificar, eu pagar a parte da Suzana, já que ela vai pagar a parte do Tchelo, que vai pagar parte da minha parte? Aí a gente já mata o lance do Babyssauro.
Suzana: Menina, você arrancou a cabeça do meu Babyssauro na primeira série, verdade. Mas aí tem que converter pra dólar, porque esse brinquedo foi comprado nos Estados Unidos em 1997. Deixa eu calcular a correção monetária.
Rodrigo: Suzana não tá esquecendo de nada, não?
Suzana: Verdade, pedi uma dose de vodka, mas é nacional.
Rodrigo: E…
Suzana: Putz, pode crer, eu torturei o Rodrigo em uma vida passada, ainda taquei fogo na casa dele com toda a família dentro quando eu era do exército da Joana D'Arc, uma coisa chatíssima. Então vamos lá, vou começar tudo de novo. Eu pago a vodka, o gurjão, a tortura medieval. Aí você paga duas cervejas e meia. Mas peraí, teve o aborto, quanto que foi o aborto?
Rodrigo:Essa conta veio errada. Ninguém pediu soda.
Tchelo: Não fala nada, aproveita que o garçom esqueceu de cobrar a porcentagem dele.
Rodrigo: Mas tá aqui os dez por cento, eu conferi.
Tchelo: É, mas e a dívida histórica? Nessa mesa metade é descendente de europeu, daí tem todo aquele ouro de Minas Gerais, pau-brasil a rodo, deixa quieto.
Suzana: Alguém troca uma nota de duzentos?
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