Um estudo recente da Universidade de Karlstad, na Suécia, apontou os sete produtos que representam quase metade das frutas e vegetais desperdiçados pelo varejo naquele país: bananas, maçãs, tomates, saladas, pimentões, peras e uvas.
O desperdício poderia ser diminuído se houvesse uma estratégia priorizando o melhor aproveitamento desses produtos nas lojas. Foram analisados os resíduos de frutas e vegetais de três grandes vendedores verificando quantidade, custos econômicos e impacto nas mudanças climáticas.
Juntos, os sete campeões do desperdício representam quase 50% do custo dos revendedores. Características dos produtos ligadas às perdas no cultivo e no transporte até as lojas representam 85% dos custos associados ao desperdício.
Já nos pontos de venda, o custo da gestão de resíduos é de 6% e as horas de trabalho do pessoal envolvido no descarte geram 9% do custo total. Fazendo uma análise dos custos x benefícios, os pesquisadores chegaram à conclusão que o aumento de funcionários envolvidos na redução do desperdício tem potencial considerável de ganhos para os varejistas.
Se fosse multiplicado por dois o tempo gasto em medidas de redução de resíduos nas lojas, o desperdício cairia 10 pontos percentuais. Claro que não é possível extrapolar os dados imediatamente para outros países, mas há comportamentos de consumo cada vez mais padronizados que indicam que a pesquisa deve ser levada em conta por quem queira elaborar estratégias antidesperdício.
No caso particular das bananas, há uma preferência generalizada por frutas ainda não pigmentadas, o que abrevia a vida útil nas prateleiras dos mercados. As bananas estão entre os alimentos mais consumidos no mundo, são campeãs de consumo de frutas nos Estados Unidos e fonte valiosa de nutrientes na segurança alimentar global.
A história de seu cultivo intensivo tem um lastro de más condições de trabalho e contaminação de agricultores por agrotóxicos pesados como o Dibromocloropropano (DBCP), pesticida usado em plantações na década de 1970 e que seguiu afetando gerações.
Hoje, o fato de ser cultivada ainda majoritariamente nas regiões do Sul tropical e do Sudeste asiático torna sua pegada ecológica na Europa e no hemisfério Norte bastante alta. O seu desperdício nos pontos de venda, portanto, é ainda mais custoso.
Lá como cá, para quem se preocupa com as mudanças climáticas e quer fazer sua parte, a dica é consumir de produtores locais e que tenham produção orgânica. E não rejeitar as pigmentadas. São mais doces e conservam as qualidades nutricionais.
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