Cultivar como valores máximos do pensamento a objetividade buscada pela ciência e o lastro das evidências para ancorar ideias.
Não abandonar as florestas e seus habitantes à sanha destruidora das quadrilhas de grileiros, madeireiros e especuladores que fazem o trabalho sujo cobiçado pelo agronegócio, por militares ultrapassados e pelo setor imobiliário.
Repetir como mantra que o mundo e a vida não se resumem à pestilência que governantes maliciosos e seguidores fanáticos espalham pelas redes.
Não se desesperar com o fato de um terço dos ministérios ser ocupado por néscios, outro tanto por mal-intencionados e a terça parte restante por quem se orgulha de combinar ambos com subserviência.
Reconhecer que a má índole integra a natureza humana tanto quanto a capacidade de subjugá-la com disciplina e acesso adequado à beleza, ao conhecimento, à empatia e a prazeres gozosos.
Não desacreditar da razão, ainda que reconhecendo os limites e as armadilhas do racionalismo.
Criticar as manifestações de preconceito, ignorância ou pura burrice com a paciência dos conceitos e a força inerente às noções que podem ser comprovadas, para além daquelas que se petrificam como convicções (inclusive as próprias).
Não reproduzir críticas e comentários que recorram à ironia grosseira, à ofensa, às palavras de baixo calão e à estridência que nasce da exasperação com o sucesso alcançado pelo obscurantismo (esse é o método deles, não o nosso).
Respeitar as crenças alheias, ainda que absurdas, mantendo a fé no poder do esclarecimento até nas épocas em que elas parecem ter o mesmo valor que fatos e dados.
Não ceder à tentação de ridicularizar o adversário intelectual ou adepto de ideias políticas divergentes das nossas, por mais asneiras que digam ou escrevam.
Manejar as palavras como ingredientes de uma refeição que se prove boa a ponto de permanecer por algum tempo na memória de quem a saboreou.
Não esmorecer.
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