Marco Aurélio Canônico

Jornalista foi repórter da Ilustrada, correspondente em Londres e editor de Fotografia.

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Descrição de chapéu

O barulho ao redor do 'Som'

Ministério da Cultura cobra de Kleber Mendonça Filho a devolução de verba recebida para filme

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Kleber Mendonça Filho, diretor de 'O Som ao Redor',  durante premiação na zona oeste paulistana, em março de 2017
Kleber Mendonça Filho, diretor de 'O Som ao Redor', durante premiação na zona oeste paulistana, em março de 2017 - Bruno Poletti/Folhapress

Em 2009, o diretor Kleber Mendonça Filho se inscreveu num edital do Ministério da Cultura buscando verba para bancar seu primeiro longa, “O Som ao Redor”.

O edital era voltado a filmes de baixo orçamento, e um de seus artigos definia claramente o que isso significa: são as obras “cujo custo de produção e cópias não ultrapasse o valor de até R$ 1,3 milhão”.

Havia uma outra parte do edital, chamada “dos impedimentos e motivos para indeferimento da inscrição”, que repetia a informação: “projeto com orçamento superior a R$ 1,3 milhão” não poderia se inscrever.

O filme de Mendonça Filho tinha um custo inicial previsto de R$ 1,5 milhão. Não poderia, portanto, ter se candidatado ao tal edital. Acabou sendo um dos vencedores dele, apesar disso. Uma vez contemplado, ainda aumentou os custos para R$ 1,9 milhão e acabou captando R$ 1,7 milhão.

A discrepância entre o valor do filme e o teto do edital foi identificada na Ancine em 2010, mas a liberação da verba acabou sendo aprovada. Em 2012, ainda sob o governo Dilma, iniciou-se uma investigação que resultou, no início deste mês, num pedido de devolução integral da verba captada.

Após a Folha noticiar essa história, nesta terça (22), as redes sociais se encheram de gente acusando o MinC de perseguição política, pelo protesto que o diretor fez em Cannes contra o atual governo, em 2016. À luz da informação disponível, é difícil encampar essa tese.

 

Com este texto, despeço-me desta coluna. Nestes quase dois anos em que escrevi aqui semanalmente, o Rio degringolou de modo tão acelerado quanto triste, até chegar ao atual estado acéfalo, sem governo e sem direção.

O fim desta fase, no entanto, avizinha-se, trazendo consigo a possibilidade de mudança. Que aproveitemos todos a chance de recomeçar. Aos leitores, agradeço pela atenção.

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