A desigualdade entre homens e mulheres, com nítida desvantagem feminina, não ocorre somente nos salários, no assédio no transporte coletivo e na violência generalizada.
Também está nos preços cobrados para produtos e serviços supostamente ‘femininos’, que na verdade são versões de itens ‘masculinos’ embalados com cores suaves, perfume e nomes engraçadinhos. Para derrotar o ‘pink tax’ (imposto rosa), espécie de custo mulher, as consumidoras não podem aceitar esta discriminação comercial.
Há mais de três anos, esta Folha publicou interessante matéria sobre esta prática comercial. As explicações dos consultados, à época, iam da escala de vendas às especificidades para atender às compradoras.
O tempo passou e as diferenças de preços continuam existindo. E não há argumentos para isso. Por exemplo, os homens passaram a cuidar muito mais da aparência, algo evidente por fatos como a multiplicação das barbearias estilosas. Por que, então, cortes de cabelo deles e nossos têm preços tão díspares?
Como vencer este preconceito comercial? Não aceitando abusos: abra mão de uma lâmina de depilar mais bonitinha com preço superior a uma de barbear. Também não compre sabonetes, xampus e outros artigos aparentemente voltados para consumo feminino, se forem mais caros do que similares para homens.
Só pague mais se tiver certeza que a qualidade adicional compensará o desembolso adicional de dinheiro.
Outra boa forma de não ser lesada é ter mais conhecimentos sobre produtos como automóveis, celulares e computadores. Leia as embalagens, o manual de instruções e consulte fóruns de clientes antes de contratar serviços e fazer compras.
Os três poderes —Legislativo, Executivo e Judiciário— têm a obrigação de trabalhar mais pela igualdade de todos, independentemente de gênero, crença, raça, escolhas políticas etc. Mas também temos de brigar por nossos direitos.
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