Maria Inês Dolci

Advogada especializada na área da defesa do consumidor.

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Maria Inês Dolci
Descrição de chapéu Folhajus inflação

Terror sai das telas para a vida do consumidor

Inflação no Brasil faz filmes de terror parecerem contos de fada

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Os filmes de terror fazem muito sucesso em países como os Estados Unidos. Mas atualmente, no Brasil, todos eles parecem contos de fada. Afinal, o consumidor se apavora, frequentemente, quando lê que a Petrobras definiu novo reajuste dos combustíveis. Ou em atividades corriqueiras, como ir ao supermercado, passar perto do açougue ou receber a conta de luz.

Em fevereiro, a gasolina custava saudosos R$ 5,102. Hoje, já encosta nos R$ 8 em postos das regiões Sul e Sudeste. Você acha, sinceramente, que um brinquedo assassino apavore mais do que tentar encher o tanque do carro, e se preparar para despender uns R$ 300, se o preço da gasolina estiver em torno de R$ 7?

Muitos já tiveram pesadelos depois de assistir ao massacre da serra elétrica. Não seria para menos, mas como comparar este susto cinematográfico com ter de elaborar refeições com ossos (de primeira e de segunda), carcaças, pés de galinha ou cabeça de peixe? E como conter o pavor de pagar mais de R$ 100,00 por um botijão de gás, que não dura o mês inteiro.

A conta mensal de energia elétrica, que costumava custar até uns R$ 100, agora pode ultrapassar os R$ 300. Coincidentemente, aquele valor citado no segundo parágrafo, para encher o tanque do carro.

O mais terrível, contudo, e aí o terror se torna sádico, é que as pessoas que ainda têm empregos formais —com registro em carteira, férias, 13º— não obtêm reajustes salariais pela inflação. Sem contar os milhões que não conseguem nem trabalho informal.

Normalmente, os filmes de terror duram 90 ou 120 minutos. Têm hora para começar e terminar. E são acompanhados de pipoca. Este filme no qual estamos vivendo, contudo, continuará este ano todo, e deverá seguir 2022 adentro.

Ah, mas terminará depois das eleições, diria um otimista. Depende de quem receba a missão de administrar este caos produzido e desenvolvido com afinco. Mesmo que seja alguém preparado (a) e com excelentes intenções, terá de escavar os escombros deste terremoto, antes de reconstruir a casa.

É claro que as pessoas devem comparar preços, aproveitar as promoções e se inscrever em todos os programas de descontos possíveis e imagináveis. Até porque o fantasma da inflação —esse existe, sim!— está assombrando a todos nós. Já passou dos 10% no acumulado de 12 meses em outubro.

Neste cenário, sugiro aos cinemas e streamings que programem filmes engraçados e alegres. Terror o consumidor brasileiro já tem ao vivo e em cores.

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