Maria Inês Dolci

Advogada especializada na área da defesa do consumidor.

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Maria Inês Dolci
Descrição de chapéu Folhajus

Economia circular vai reinventar o consumidor

Em vez de comprar a máquina de lavar, compra-se a lavagem e a secagem de roupa

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É bom você, consumidora, consumidor, começar a se preparar para a economia circular. Se ainda não parou para pensar nisso, esse tipo de economia é baseado em três R: reutilização, restauração e reaproveitamento. Essa nova abordagem de consumo, mais sustentável, implica mudanças no modo de adquirir um produto como serviço, por meio de aluguel de curto prazo, locação, pagamento por uso e assinaturas. E vai reinventar o consumidor.


Em lugar de comprar um bem, como uma máquina de lavar, e ser proprietário dele, as pessoas compram o serviço de limpeza e a secagem de roupa. Pagam pelo uso da máquina, manutenção, eventual troca etc.
Teremos de utilizar bem menos os pronomes possessivos –meu, teu, seu, nosso. Dessa forma, não teremos diversos velhos celulares, carregadores e baterias dormindo em uma gaveta o sono eterno de obsolescência programada.

Celulares antigos - BBC News Brasil


Essa forma de viver esvazia os lixões, inclusive os de produtos tecnológicos. E é esse conjunto de ações interligadas que se chama de economia circular. O círculo, na verdade, é dos insumos e dos produtos. Que são reaproveitados, reutilizados e reparados para outros usos.


Evita-se, por exemplo, que berços, carrinhos, roupas e brinquedos de bebê vão para o lixo depois que a criança cresce. Esses produtos podem ser consertados, limpos, renovados e utilizados por outros bebês. Ou servir como base para a construção de novos produtos. De qualquer forma, serão economizados insumos como alumínio, borracha, tecido, madeira etc. E também os combustíveis fósseis para o trânsito até a indústria, os atacados, as lojas e os consumidores.


Todos já ouvimos que é mais importante ser do que ter. E é isso mesmo. Ostentar é colocar mais combustível na fogueira que assa o planeta. Consumismo não é apenas cafona e caro, mas também desperdiça água, energia e outros insumos cada vez mais escassos e caros.


Para se adaptar à economia circular, além de encarar produtos como serviços, aprender a compartilhar, cuidar bem dos equipamentos e aparelhos para que durem mais do que o previsto, há que encarar fleumaticamente novidades tecnológicas, como a tecnologia 5G, que ainda funciona meia boca nos municípios em que está disponível. Por que correr para comprar um novo smartphone nesse cenário?

Com a pandemia de coronavírus, o distanciamento social e o home office, aprendemos que não precisávamos de tantos roupas, calçados e acessórios. Percebemos que os mercados de bairro nos atendem muito bem, estão próximos e têm os produtos básicos de que necessitamos.

A boa notícia é que os jovens já começaram a compartilhar produtos e serviços, por meio de grupos de amigos. Além disso, são menos ligados a bens como automóveis e imóveis.

Estão certos de seguir esse caminho, porque de nada adianta acumular bens e destruir o ar e as águas, colocando em risco a vida no planeta Terra.

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