Mariliz Pereira Jorge

Jornalista e roteirista de TV.

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Mariliz Pereira Jorge
Descrição de chapéu aborto

No Brasil, até os progressistas são conservadores

Eleitores de campos opostos andam de mãos dadas a caminho da barbárie

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Da direita à esquerda, somos um país conservador. É o que mostra a pesquisa "A Cara da Democracia", feita pelo Instituto Democracia (IDDC-INCT), com financiamento de CNPq, Capes e Fapemig, que traçou o perfil da população em torno de temas como legalização de drogas, aborto, casamento homoafetivo.

Com exceção de dois dos temas sobre costumes, em todos os outros, eleitores de campos opostos andam de mãos dadas a caminho da barbárie. Não é surpresa que 83% daqueles que preferem Jair Bolsonaro sejam contra a legalização das drogas, mas 70% dos que optaram por Lula tem a mesma opinião. O aborto é outro tema que aproxima os extremos: 90% dos que votaram no candidato do PL são contra, assim como 77% dos apoiadores do petista.

Assédio violência doméstica abuso sexual estupro
Catarina Pignato

A pesquisa mostra que não há polarização em torno da redução da maioridade penal, que tem apoio de 77% de quem gosta de Bolsonaro e 66% dos que preferem Lula. Sobre a pena de morte, metade dos Bolsonaristas acha que bandido bom é bandido morto. Ainda que o apoio caia entre eleitores de Lula, os que se alinham a este pensamento somam 32%. Que tal?

Os temas em que há mais divergência são os que envolvem a população LGBTQIA+. A adoção de criança por casal homoafetivo é bem recebida por 65% dos lulistas, índice parecido (60%) dos que são contra entre os bolsonaristas. Chama atenção, no entanto, que 35% dos eleitores de Lula prefiram que uma criança continue órfã a ser adotada por uma família de pessoas do mesmo sexo. E por falar em casamento gay, 38% dos eleitores do candidato de esquerda se pronunciaram contra, percentual que chega a 69% entre que votaram em Bolsonaro.

Não é à toa que as pautas de costumes sejam tão exploradas por políticos de direita e que precisem da intervenção do STF para avançar, caso da descriminalização das drogas e do aborto. Como conquistar direitos individuais se até os "progressistas" são conservadores?

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