Marina Izidro

É jornalista e vive em Londres. Cobriu seis Olimpíadas, Copa e Champions. Mestre e professora de jornalismo esportivo na St Mary’s University

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A melhor hora para assistir à Premier League é agora

Disputa aberta pelo título está deixando o campeonato mais emocionante

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Pep Guardiola admitiu que o Manchester City está "com dificuldades." Foi nesta semana, depois da derrota para o Aston Villa por 1 a 0, quarta partida seguida sem vencer na Premier League. É algo que não acontecia desde o início de 2017.

O City deu ínfimos dois chutes a gol contra 22 do rival –o menor número em uma equipe comandada por Guardiola em qualquer liga na Europa, na carreira. Apenas 24 horas antes, o treinador havia dito que estava confiante de que iria conquistar o título inglês pela quarta vez seguida e desconversou sobre as críticas.

Depois, mudou o tom. Assumiu que é sua responsabilidade encontrar uma solução e "mudar a dinâmica." Para uma equipe que normalmente deixa os adversários em pânico, a terceira derrota na temporada no campeonato, e da forma como foi, acendeu sinais de alerta aqui na Inglaterra.

Leon Bailey marca na partida Aston Villa 1 x 0 Manchester City, em Birmingham - Chris Radburn - 6.dez.23/Reuters

Ainda há muito para acontecer, a Premier League só termina em maio. E, aos críticos, é inevitável pensar que a palavra "dificuldades" se torna relativa quando falamos de um dos clubes mais ricos do planeta. Mas a quarta colocação na tabela, seis pontos atrás do líder Arsenal, e os desempenhos recentes comprovam que o City não vive um momento mágico. Com o Liverpool em segundo e o Aston Villa em terceiro, a disputa pelo título está aberta. Neste momento, o City não é visto como um time imbatível (e daqui a dez dias estreia na semifinal do Mundial de Clubes, alô Fluminense!).

Declan Rice comemora ao marcar o quarto gol da sua equipe na partida Luton Town 3 x 4 Arsenal, em Luton, ao norte de Londres - Justin Tallis - 5.dez.23/AFP

É preciso, claro, colocar este cenário em contexto. Suspensões, transferência de jogadores e lesões fazem, sim, muita diferença (apesar de muitos times da Premier League estarem sofrendo com baixas por lesões, o poder econômico do City, de novo, pode gerar um pouco menos empatia nesse sentido). Mas o fato é que Kevin de Bruyne só jogou 20 minutos nesta temporada, se machucando na partida de estreia, e deve voltar apenas em janeiro. Jogadores como Gundogan e Mahrez, que ajudaram no sucesso dos últimos anos, saíram. Rodri, homem de confiança no meio campo, estava suspenso e não jogou contra o Aston Villa.

Na semana passada, quando participei como convidada do primeiro programa em português feito pelo Manchester City e exibido antes de enfrentar o Tottenham, fui questionada se dá para ganhar tudo de novo. A pergunta se referia à tríplice coroa na temporada 2022/2023 –Premier League, Liga dos Campeões e Copa da Inglaterra. Feito raríssimo que só o Manchester United havia conseguido na Inglaterra. O City coloca o sarrafo tão alto que qualquer deslize é visto de forma surpreendente e, ao mesmo tempo, nenhuma conquista parece impossível.

Pep Guardiola dá instruções a John Stones na partida contra o Aston Villa - Andrew Boyers/Reuters

Como consequência dessa fase, a verdade é que, desde o início da temporada, não há momento mais emocionante para assistir ao Campeonato Inglês do que agora. Em maio deste ano, quando o City estava perto de conquistar o título inglês pela quinta vez em seis anos, escrevi a coluna "A Premier League virou o campeonato de um clube só", questionando se tanto poder era bom ou ruim para o esporte. Previsibilidade pode cansar. Ter uma disputa acirrada é ótimo para o futebol inglês.

No entanto, não custa lembrar que a qualquer momento isso pode mudar. Veremos o que acontecerá nas partidas deste fim de semana. Como disse o técnico Jürgen Klopp depois da vitória do Liverpool sobre o Sheffield United, na quarta-feira (6)), descartar o City da disputa do título da Premier League seria a maior piada da história do futebol.

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