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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Emprego na construção cai 5% e setor prevê piora

Foram 125 mil vagas a menos em relação a 2016

Maria Cristina Frias
Guindaste em canteiro de obras em São Paulo - Alf Ribeiro - 22.dez.2015/Folhapress

O número de pessoas empregadas na construção civil caiu 5% em 2017, segundo o Sinduscon-SP (sindicato paulista do setor).

Foram 125 mil vagas a menos em relação a 2016, quando houve retração de 14%.

"Áreas que antecedem as obras e tinham melhorado, como preparo de terrenos, voltaram a cair no fim do ano", diz José Romeu Ferraz Neto, presidente da entidade.

"Não temos uma projeção oficial para 2018, mas deveremos ter uma nova queda, com redução de 100 mil postos. Isso em um cenário sem a reforma da Previdência, que libera verba para investimento."

A tendência, em anos de eleição, é ter crescimento devido à aceleração de obras, mas não é possível afirmar que isso vai se concretizar, diz Carlos Prado, do Sinicesp (da construção pesada).

"Em São Paulo teremos contratos assinados com o governo e a prefeitura, mas no nível nacional há incerteza."

O gasto elevado com despesas obrigatórias trará mais dificuldades, diz Venilton Tadini, da Abdib (da indústria de infraestrutura).

"O orçamento do governo federal foi aprovado para este ano com o mesmo nível de investimento. O que sobra e poderá trazer algum dinamismo são concessões e PPPs [parcerias público-privadas] em municípios."

Além dos obstáculos orçamentários, há outros entraves, como a restrição ao crédito para a compra de imóveis e a insegurança jurídica em obras, afirma José Carlos Martins, presidente da Cbic (câmara da construção).

 

A Universidade São Judas, da Ânima Educação, vai inaugurar na próxima semana três unidades na cidade de São Paulo. O investimento é de aproximadamente R$ 24 milhões.

"Alugamos três prédios e precisamos adaptá-los para que tenhamos nossos laboratórios, espaços de protótipos e estações de coworking", afirma Daniel Castanho, presidente do grupo.

A instituição possui hoje dois campi, na Mooca e no Butantã. Com as aberturas em Santo Amaro, Jabaquara e Bela Vista, a oferta de vagas aumentará em 13 mil alunos.

A Ânima planeja inaugurar, no próximo ano, centros fora da capital paulista. Os primeiros municípios deverão ser Limeira e Cubatão.

"Por ora, o plano da São Judas é de crescimento orgânico. Se houver instituições com um posicionamento parecido com o nosso e oportunidade para entrarmos em uma nova cidade, vamos fazer", diz Castanho.

"Acreditamos que marcas de instituições de ensino sejam muito regionais. A universidade poderia pegar o Sul de Minas, que tem mais influência de São Paulo que de Belo Horizonte, mas não agora. No Rio, não faria sentido."

R$ 767 MILHÕES
foi a receita da Ânima Educação nos três primeiros trimestres de 2017

R$ 150,6 MILHÕES
foi o Ebitda ajustado

30 MIL
são os alunos da Universidade São Judas atualmente

 

Crédito médico

O Santander vai oferecer financiamento estudantil de graduação apenas para alunos do curso de medicina.

O banco decidiu entrar no mercado após uma alta da demanda causada por cortes no Fies, segundo Ronaldo Rondinelli, diretor do segmento.

"Escolhemos medicina porque a evasão é baixa, a empregabilidade é alta e a renda comporta [pagamentos após a formatura]."

Trata-se de um piloto. A ideia é expandir para outros cursos de acordo com o desempenho dessa primeira experiência, diz o executivo.

O Bradesco oferece o crédito sem restrição de cursos e permite que um semestre seja financiado em 12 meses.

Alunos das cem instituições conveniadas podem quitar um curso de quatro anos em oito, por exemplo, já que o pagamento das parcelas referentes a um semestre só começa depois que todas aquelas do anterior estiverem liquidadas.

O Itaú não tem produtos desse tipo e o Banco Brasil oferece somente o Fies, do qual é agente financeiro junto com a Caixa.

 

Recursos privados

O fundo de "endowment" do Masp —que reúne doações de pessoas e empresas ao museu— arrecadou, até fevereiro, R$ 17 milhões dos R$ 40 milhões que a entidade pretende levantar até dezembro.

Esse modelo de financiamento foi implementado em março de 2017 como forma de reduzir a dependência da instituição dos incentivos fiscais, e é inspirado em fundos como os do MoMa e do Metropolitan, em Nova York.

Nesse primeiro ano, os recursos foram captados junto ao fórum de conselheiros e patronos da entidade.

A estratégia para 2018 é levantar dinheiro junto a empresas, fundações internacionais e "family offices" (estruturas criadas por famílias ricas para gerir seu patrimônio).

 

Judicialização... As ações por falta de pagamento de taxas de condomínio em São Paulo subiram 65% em janeiro, na comparação com o mesmo mês de 2017, segundo o Secovi-SP.

...está em alta O crescimento do número de processos movidos no acumulado em 12 meses é de 170%. Foram 13,6 mil, contra 5 mil registrados no período anterior.

Para fora... A comercializadora de energia Tradener vai investir cerca de R$ 15 milhões em projetos de extração de gás na cidade de Pitanga (PR).

...do poço A empresa acaba de obter licença ambiental para operar, em caráter experimental, dois poços. O início está previsto para julho.

Para a Páscoa A rede de varejo e atacado Assaí aumentou em 20% seus estoques de barras de cobertura de chocolate, usadas em ovos caseiros.

 

com Igor Utsumi, Ivan Martínez-Vargas e Diana Lott

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