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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Reservas de planos de previdência desaceleram em 2017

Crescimento foi menor que os dos danos anteriores

Maria Cristina Frias

Imagem de mãos velhas sobre mesa de madeira com peças de dominó
O aumento no número de contratantes dos planos foi de 2,02% - Eduardo Knapp/Folhapress

As reservas dos planos de previdência privada aberta cresceram 17,6% em 2017, um resultado inferior aos dos dois anos anteriores, segundo a Fenaprevi (federação do setor).

Em 2015, a alta registrada foi de 23%. Em 2016, chegou a 24%. A queda dos juros foi o principal fator para a desaceleração, afirma Edson Franco, presidente da entidade.

“A captação líquida foi positiva, muito similar à de 2016, o que afetou o ritmo foi a rentabilidade financeira das reservas”.

“Com a inflação a 3%, o crescimento é bastante significativo para o segmento”, diz.

O ano foi de recuperação econômica, e, por isso, o resultado deve ser percebido como positivo, afirma Marcelo Mello, vice-presidente de investimentos da SulAmérica Seguros.

A expectativa para 2018 é que as reservas cresçam mais do que 15%, diz Franco.

O número de novos contratantes no período ultrapassou a barreira dos 250 mil —um aumento de 2,02%.

“Tivemos uma elevação no número de participantes dos produtos de previdência de cerca de 30%”, diz Fernanda Pasquarelli, diretora da Porto Seguro.

“Atualmente há cerca de 13 milhões de segurados, o que representa apenas 14% da população ocupada”, afirma Franco.

Entre os trabalhadores formais de empresas de médio e grande porte, 88,6% não possuem nenhum tipo de previdência, de acordo com a federação.

 
 

Fome para comprar

A Sapore, de alimentação corporativa, não desistiu de fazer aquisições de redes de restaurantes  após a IMC (das marcas Viena e Frango Assado) rejeitar sua proposta de fusão, no último dia 22.

“Nossa decisão de iniciar operações no varejo está tomada. A primeira porta não abriu, mas estou com as mãos em outras duas”, afirma o presidente, Daniel Mendez.

A ideia é fechar as compras nos próximos meses, diz o executivo.

A empresa pretende, também, ampliar sua divisão voltada ao fornecimento de alimentos a grandes eventos. “Temos cem profissionais dedicados a estudar oportunidades de negócio.”

No ramo principal da Sapore, os aportes em maquinário e treinamento de funcionários serão de R$ 50 milhões neste ano.

“Vamos comprar fornos novos e máquinas de lavar para otimizar produção”, diz Mendez.

R$ 104 milhões
foi o EBITDA em 2017

R$ 1,75 bilhão
foi a receita no ano passado

15.000
é o número de funcionários

 
 

Previsão presidencial

O banco UBS estima que novo presidente do país será de centro ou de centro-esquerda e dará continuidade à agenda reformista do atual governo.

“Essa pessoa consolidará as reformas econômicas já iniciadas ao lidar com a questão fiscal, o que incluiria as reformas tributária e da previdência”, diz o estudo sobre investimentos em mercados emergentes.

Nesse cenário, a instituição financeira prevê a queda do desemprego e o crescimento do PIB nos próximos anos.

“Um candidato desse perfil teria a capacidade de atrair os eleitores que originalmente votariam no ex-presidente Lula ou em Jair Bolsonaro”, diz Ronaldo Patah, estrategista de investimentos da empresa.

“Poderia ser alguém como Geraldo Alckmin (PSDB) ou o atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD)”.

No caso de vitória de um candidato de esquerda, a economia poderia sofrer uma crise de confiança, os juros subiriam e o potencial de crescimento do PIB seria menor, segundo o relatório.

 

Crédito paulista

A Standard & Poor’s manteve a nota do perfil de crédito individual do estado de São Paulo em “bb+”, um nível abaixo do grau de investimento.

O indicador não equivale às avaliações mais amplas feitas pela agência, mas analisa isoladamente a qualidade de crédito de uma empresa ou ente federativo.

O rating global do estado é obrigatoriamente igual ao do Brasil (BB-), que em janeiro deste ano teve sua nota rebaixada a três níveis abaixo do selo de bom pagador.

“A previsão é que o estado siga comprometido com políticas fiscais prudentes nos próximos 12 meses, resultando em superávits de receita operacional superiores a 5%”, afirma a agência.

 

Legado da copa

A Imply, que fabrica controles de acesso e tíquetes para estádios, vendeu seu sistema para quatro arenas do Marrocos.

A companhia forneceu esse mesmo produto para a Copa do Mundo de 2014 e para times brasileiros, como Grêmio, Internacional e Atlético-PR.

A unidade que produz a solução se tornará uma empresa independente neste ano, diz o diretor-executivo, Tironi Ortiz. O investimento será de R$ 11 milhões.

Outros R$ 10 milhões irão para a criação de produtos das outras áreas: máquinas de entretenimento, como pistas de boliche, terminais de autoatendimento e painéis eletrônicos, diz Ortiz.

 

Rocha O grupo Guidoni, de pedras naturais, vai entrar no mercado de superfícies de quartzo. A empresa investe R$ 9 milhões em uma fábrica para moer o material.

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi, Ivan Martínez-Vargas e Diana Lott

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