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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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SP fará PPP para operar fábrica de hemoderivados do Instituto Butantan

Expectativa é que o contrato da parceria seja assinado no segundo semestre deste ano

Maria Cristina Frias
São Paulo

O governo do Estado de São Paulo decidiu fazer uma PPP (parceria público-privada) para operar a fábrica de hemoderivados do Instituto Butantan. O edital para uma concorrência internacional será publicado nos próximos dias no Diário Oficial do Estado. 

Hoje, o país importa fatores e albuminas prontas e gasta mais de R$ 1 bilhão com essa compra. Na PPP, o Estado entrará com a fábrica, já pronta, e o plasma sanguíneo coletado nos hemocentros.

À empresa vencedora caberá acabar de equipar a planta, contratar funcionários, transformar o plasma em derivados de sangue (como Fator 8, Fator 9, albuminas e imunoglobulinas), envazar e rotular os produtos com a marca do Instituto Butantan. 

A receita obtida com a venda dos hemoderivados ao Ministério da Saúde será compartilhada entre o Butantan e a companhia parceira. 

Publicado o edital, empresas terão 45 dias para apresentar propostas. A expectativa da Secretaria estadual da Saúde é que o contrato da PPP, com prazo de 12 anos e seis meses, seja assinado no segundo semestre.

“Esperamos um faturamento bruto de R$ 180 milhões. Vencerá quem fizer a melhor proposta para o Butantan. Mas mais que financeiro, é estratégico: dará ao Brasil uma grande economia na compra dos fatores, hoje importados, e os pacientes serão tratados com derivados de sangue obtidos no país”, diz David Uip, secretário de Estado da Saúde de São Paulo.

Não é a primeira iniciativa recente no setor. Em 2017, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, tentou montar uma planta de hemoderivados em Maringá, seu reduto eleitoral, com consórcio de laboratório paranaense Tecpar, Butantan, Hemobrás e Octapharma. 

 

Streaming favorece lançamento de mais músicas

Serviços de streaming, como o Spotify, que estreou na Bolsa de Nova York na terça (3), têm uma influência no número de canções lançadas comercialmente.

O número de músicas registradas no Ecad (escritório de arrecadação) cresceu 40% no ano passado, na comparação com 2016. A quantidade aumenta ao menos desde 2014, para quando há dados.

Esse tipo de remuneração privilegia execuções de canções, e não discos, a forma tradicional de comercialização.

“É uma motivação para os músicos criarem mais”, diz  Marco Tilly, gerente de sincronização da BMG.

Nesse ambiente, é preciso lançar músicas com maior frequência, diz Arthur Fitzgibbon, diretor para o Brasil da distribuidora OneRPM. “O ciclo de vida da música encurtou, e o artista se vê obrigado a colocar mais produtos.”

O STF decidiu, na terça (3), que streaming é uma espécie de execução pública e deve recolher verbas ao Ecad.

É um incentivo para a indústria se interessar pelas plataformas, diz Clarisse Escorel, advogada da entidade. “Os serviços que já pagam fecharam acordos em cenário desfavorável aos artistas. A tendência é que isso se inverta.”

 

Cresce crédito aprovado para financiamento de automóveis 

Recursos liberados para financiamento de veículos cresceram 30,2% no primeiro bimestre, em comparação com o mesmo período de 2017, segundo a Anef, associação que reúne as financeiras ligadas às montadoras.

“A queda da inadimplência trouxe um viés otimista e incentivou o aumento dos empréstimos”, afirma o presidente da entidade, Luiz Montenegro.

Embora o crédito liberado para compra de veículos tenha aumentado nesse período, os juros desse tipo de financiamento não acompanharam o ritmo da Selic. 

Enquanto, em 2017, a taxa básica recuou de 13% para 7% ao ano, o juro do mercado automotivo foi de 23,28% ao ano para 18,85%.

“Isso ocorre devido a dificuldade do país em reduzir os números de desemprego."

Devem ser liberados, ainda neste ano, R$ 98 bilhões para os financiamentos de automóveis, segundo a entidade. A expectativa de crescimento para 2018 é de 15,1%.

 

Cheiro de carro novo

A locadora de veículos Unidas, que foi adquirida pela Locamerica em dezembro, deverá renovar 28 mil de seus carros neste ano.

O número corresponde à totalidade da frota operacional da companhia.

“Um carro não fica em operação conosco por mais de 12 meses. Entre a data da compra e a da revenda, em geral, passam 15 meses”, afirma o diretor-executivo, Carlos Sarquis.

As aquisições serão diluídas ao longo do ano e serão feitas à medida que os carros com mais de um ano são colocados à venda.

O valor médio pago pela empresa por carros novos foi de R$ 39,6 mil em 2017. O de venda foi de R$ 32,2 mil.

R$ 1,61 bilhão
foi a receita líquida da empresa no ano passado

R$ 392,32 milhões
foi o EBITDA em 2017

265
é o número de lojas

 

Solada A exportação de calçados caiu 3,4% em dólares. Câmbio e competição de países asiáticos são os principais responsáveis, diz Heitor Klein, da Abicalçados.

Mar O número de embarques em cruzeiros no país caiu 4,2% em 2017, diz a CLIA-Brasil. 

Ranking O BofA Merrill Lynch foi o maior assessor de  aquisições em volume financeiro na América Latina no primeiro trimestre, aponta a Dealogic. Em segundo lugar, ficou o Banco Itaú, à frente de Morgan Stanley, Goldman Sachs e BTG Pactual.

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas e Arthur Cagliari

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