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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Motoboys, taxistas e vans podem parar após vitória de caminhoneiros

Motociclistas têm planos para uma paralisação na próxima terça (29)

Maria Cristina Frias

Categorias de trabalhadores ligados ao transporte autônomo acompanham a greve dos caminhoneiros e pretendem usar a mesma tática para pressionar o governo a baixar o preço dos combustíveis.

Depois da queda da alíquota da Cide, os caminhões continuaram parados. A Petrobras então decidiu anunciar uma redução de 10% no valor do diesel nas refinarias por um período de 15 dias.

Motoboys na praça Charles Miller, em São Paulo, durante protesto em 2017 - Robson Ventura - 1.ago.17/Folhapress

Os motociclistas têm planos para uma paralisação na próxima terça (29), afirma Gilberto Almeida dos Santos, presidente do Sindimoto-SP.

A entidade já debatia a ideia de se mobilizar no fim do ano, mas agora resolveu antecipar o ato, segundo o sindicalista. 

“Os caminhoneiros puxaram o bonde e trouxeram o problema à tona. Como categoria afetada, vamos colocar o nosso bloco na rua.”

A estratégia deles não será a de travar acessos, mas devem trafegar em vias importantes de São Paulo em grupo, a uma velocidade reduzida.

Os taxistas têm planos para aderir à convocação dos motoboys, segundo Natalício Bezerra Silva, do sindicato dos taxistas autônomos.

“Nós nos espelhamos em outras categorias, e devemos nos juntar aos caminhoneiros e, agora, aos motoboys.”

O governo tem gerência na Petrobras e, se quiser, “entra na parada”, afirma o dirigente.

Os taxistas, no entanto, têm a opção de usar álcool, cujo preço caiu segundo Antonio Matias, conhecido como Ceará, presidente do sindicato dos motoristas nas empresas de táxi de São Paulo.

Condutores de vans escolares, que dependem de diesel, tinham se decidido por uma paralisação na quarta (30), mas com o anúncio da Petrobras, deverá recolocar o tema em pauta, diz um dirigente de uma associação do setor.

 

Tinta fresca

A Suvinil investiu R$ 40 milhões para reposicionar sua marca e mudar o seu logotipo.

“Fizemos embalagens novas e mais simples para o consumidor final. Em vez de ‘hidrofóbico’, por exemplo, usamos ‘que repele água’”, diz Marcos Allemann, vice-presidente de tintas imobiliárias da BASF para a América do Sul. 

Além do aporte feito em pesquisa com clientes sobre hábitos de consumo, a empresa alocou recursos em lançamentos, como um esmalte branco que não amarela com o tempo, um contra ferrugem, que dispensa fundo e outro que dá efeito lousa colorida. 

O setor, que teve queda de 17% em volume de vendas em 2015 e 2016, começou a se recuperar no segundo semestre do ano passado, quando fechou 0,5% positivo. No primeiro trimestre de 2018, subiu 2%.

A perspectiva é crescer ligeiramente acima do PIB. “Se for alta de 2,5%, ficaremos em 2,5%. As vendas devem acelerar nos próximos meses.

O novo logo evocará mudanças. “Com tipologia mais moderna, ilustra camadas de tinta que colocamos nas paredes, que representam histórias, momentos especiais [em que reformamos]: a chegada de um filho, uma união.” 

 

Processo seletivo desanimado

Os executivos brasileiros estão entre os menos confiantes em encontrar um novo emprego nos próximos três meses, segundo a consultoria de recrutamento Michael Page.

Cerca de 60% dos que procuram por cargos de média e alta gerência dizem acreditar que vão conseguir uma oportunidade nos próximos três meses. A média global é 67%.

A empresa ouviu 18,1 mil profissionais em 37 países. O Brasil figura em 26º na lista.

“Com a retomada gradual da economia, as empresas têm que ter certeza de que vão contratar a pessoa certa, e por isso um período de três meses muitas vezes não é suficiente para tomar uma decisão”, afirma Leandro Pedrosa, da consultoria.

Por outro lado, os executivos brasileiros estão entre os mais otimistas em relação a uma promoção: 73% afirmam que deverão alcançar um cargo mais alto ainda em 2018.

“Após as demissões em uma recessão, não são muitas as pessoas que seguem na empresa. Há um papel grande de retenção e de valorização para aquelas que permaneceram.”

 

Emprego suplementar

O nível de emprego nas empresas ligadas à saúde suplementar aumentou em 2,5% no acumulado de 12 meses até março, segundo o IESS (instituto de estudos do setor).

Só em março, houve saldo positivo de 11.030 postos de trabalho. A região Sudeste foi a que mais gerou vagas (6.307), seguida pelo Nordeste (2.063). O Norte teve a menor variação (356).

O segmento das operadoras de saúde teve o maior crescimento, de 2,8%, mas representa uma fatia pequena da mão de obra, afirma o IESS.

A parte mais significativa veio de prestadores de serviço, como clínicas e laboratórios, responsável por 2,4 milhões de vagas.

O mês passado também foi positivo para o setor, segundo a Anahp (associação das empresas hospitalares). A geração de empregos nos hospitais foi a maior desde 2014, com uma alta de 168% em relação ao mesmo período de 2017.​

 

Logística para o interior

O laboratório farmacêutico União Química vai investir R$ 40 milhões na instalação de um complexo fabril em Pouso Alegre (MG), onde já mantém uma fábrica de remédios.

Serão transferidos para a cidade o parque gráfico, o centro logístico —localizados hoje em Taboão da Serra (SP)— e a distribuidora da companhia, que funciona atualmente em Extrema (MG).

“Compramos uma fábrica de uma marca de tubos e conexões e estamos em obras para readequá-la. Vamos fazer lá todas as embalagens e bulas”, diz o presidente, Fernando Marques.

A nova unidade fica a sete quilômetros da planta que a empresa já tem no município e iniciará operação em julho.

A meta do laboratório, que cresceu 18% em receita no ano passado, é manter o ritmo em 2018.

“Recentemente, nossa área de serviços, com a produção para outras companhias, tem ganhado importância.”

R$ 1,25 bilhão
foi o faturamento em 2017

 

Acerto... O acordo previdenciário entre EUA e Brasil, aprovado nesta segunda (22) no Senado, reduzirá em até 66% o custo de funcionários, aponta a CNI (confederação da indústria).

...bilateral O texto foi assinado em 2015 e segue para promulgação da Casa Civil.

Saúde As 21 organizações sociais que fazem parte do Ibross (instituição do setor da saúde) terão um sistema que vai monitorar indicadores como exames e cirurgias. Ele entrará em vigor no segundo semestre.

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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