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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Seguro ambiental obrigatório é inviável, dizem corretoras

O texto foi foi aprovado na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado

Maria Cristina Frias

A proposta de tornar obrigatória a contratação de um seguro ambiental em empreendimentos com potencial para causar danos dessa natureza, que está em um projeto de lei do Senado, é inviável.
A avaliação é de corretoras ativas nesse mercado.

Um substitutivo do texto original, que já foi aprovado na Comissão de Assuntos Econômicos, foi pautado para a reunião da Comissão de Meio Ambiente desta terça (8).

Há uma falta de capacidade no mercado brasileiro para atender o eventual aumento da demanda, o que atrasaria até mesmo a emissão de licenças ambientais, afirma Álvaro Igrejas, diretor da corretora Willis Towers Watson.

Plenário do Senado durante sessão - Marcos Oliveira - 12.dez.17/Agência Senado

“Uma seguradora não vai assumir 20 contratos de siderúrgicas. Apenas de uma ou duas, para não haver concentração muito grande de risco.”

Os relatórios do Senado indicam a necessidade de um consórcio, como ocorre com o DPVAT, de automóveis, mas há poucas companhias no ramo. Em alguns tipos de cobertura, como de minas e hidrelétricas, são apenas três.

Outra preocupação é que a medida reduza a responsabilidade do poder público acerca de inspeções, diz Katia Papaioannou, da Marsh.

“O receio das seguradoras é que se tornem obrigadas a fazer a apólice e tenham de assumir um papel que não é delas. Como se, em uma catástrofe, virassem sócias”, diz ela.

“Existe restrição [do setor] por parte dos seguros obrigatórios, que podem até ser inócuos, porque seguradoras não são obrigadas a aceitar um risco”, diz Flavio Nogueira, doutor pela Coppe/UFRJ.

Entenda o projeto que pode tornar seguro ambiental obrigatório

  • Exige contratação de seguro por dano ao meio ambiente e terceiros se o empreendimento necessitar de licença ambiental
  • Já foi aprovado na Comissão de Assuntos Econômicos
  • Texto prevê que o valor do seguro mínimo será fixado pelo órgão ambiental licenciador
  • Relatórios sugerem a necessidade de se criar um consórcio de seguradoras
  • Está pautado para uma última comissão, a de Meio Ambiente, cuja reunião será nesta terça (8)
     

 

Após alta na produção do pré sal, Shell aumenta investimentos

A Shell aumentou sua extração de petróleo do pré-sal em 100 mil barris diários nos últimos 18 meses. A multinacional produz cerca de 350 mil barris de petróleo diários hoje no país.

Nos leilões de blocos exploratórios realizados neste ano, a empresa adquiriu participação em quatro.

Com essa alta, a petroleira vai investir cerca de U$S 60 milhões (R$ 213,1 milhões) em projetos de pesquisa no Brasil neste ano. Os aportes vão superar os valores de 2017.

A empresa, que é obrigada a investir no Brasil 1% de sua receita obtida na exploração de campos de petróleo nacionais, prevê aportar US$ 240 milhões até 2020.

“O país é o nosso quarto maior destino de investimentos [atrás de EUA, Catar e Austrália]. Como pensamos em longo prazo, não restringimos os montantes em época de eleição”, diz o CEO, André Araújo.

Um dos estudos em desenvolvimento é um robô para a inspeção de navios-tanque na Bahia, que terá aporte de R$ 15 milhões em 2018.

“Ele é lançado pelo convés e é capaz de remover sujeira do casco. A ideia é licenciar a tecnologia para o mercado até 2020”, diz Giancarlo Ciola, gerente de inovação da empresa.

“Estudamos ainda formas de mitigar emissão de metano, por exemplo”, diz Araújo.

 

Olha quem apareceu

O número de MEIs (microempreendedores individuais), que havia caído 1,3 milhão em fevereiro, subiu nos meses de março e abril.

Os dados são do Portal do Empreendedor, o site que o governo federal mantém para dar apoio aos MEIs.

A Receita Federal cancelou registros que estavam inativos no começo de 2018.

Desde então, mais de 230 mil empresários fizeram novos cadastros para obter um CNPJ.

A média mensal é maior que a dos cinco anos anteriores.

O desemprego pode ser um dos fatores que explicam a retomada do número de MEIs, diz Pedro Gonçalves, diretor do SebraeSP (serviço de apoio às pequenas empresas).

“Outro fator são as oportunidades de terceirização. É algo que já existia antes da reforma trabalhista, mas pode ter se fortalecido.”

 

Saudação... A Promafa, que faz alimentos derivados de mandioca e milho, investiu R$ 15 milhões para expandir a produção.

...à batata Ela também vai começar uma linha à base de batata doce. A planta fica em Palmital (SP), e há apoio da agência Investe SP.

Sem... O aplicativo do Itaú para celular ficou fora do ar nesta segunda (7) desde a manhã. Por volta de 20h30, voltou a funcionar, mas de modo intermitente.

...sinal Procurado pela coluna, o banco confirmou o problema, mas não informou a causa nem quando o sistema seria totalmente reestabelecido.

Bebida A vinícola Garibaldi ampliou a previsão de aportes deste ano para R$ 7,5 milhões. A maior parte será aplicada na linha de espumantes.

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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