A proposta de tornar obrigatória a contratação de um seguro ambiental em empreendimentos com potencial para causar danos dessa natureza, que está em um projeto de lei do Senado, é inviável.
A avaliação é de corretoras ativas nesse mercado.
Um substitutivo do texto original, que já foi aprovado na Comissão de Assuntos Econômicos, foi pautado para a reunião da Comissão de Meio Ambiente desta terça (8).
Há uma falta de capacidade no mercado brasileiro para atender o eventual aumento da demanda, o que atrasaria até mesmo a emissão de licenças ambientais, afirma Álvaro Igrejas, diretor da corretora Willis Towers Watson.
“Uma seguradora não vai assumir 20 contratos de siderúrgicas. Apenas de uma ou duas, para não haver concentração muito grande de risco.”
Os relatórios do Senado indicam a necessidade de um consórcio, como ocorre com o DPVAT, de automóveis, mas há poucas companhias no ramo. Em alguns tipos de cobertura, como de minas e hidrelétricas, são apenas três.
Outra preocupação é que a medida reduza a responsabilidade do poder público acerca de inspeções, diz Katia Papaioannou, da Marsh.
“O receio das seguradoras é que se tornem obrigadas a fazer a apólice e tenham de assumir um papel que não é delas. Como se, em uma catástrofe, virassem sócias”, diz ela.
“Existe restrição [do setor] por parte dos seguros obrigatórios, que podem até ser inócuos, porque seguradoras não são obrigadas a aceitar um risco”, diz Flavio Nogueira, doutor pela Coppe/UFRJ.
Entenda o projeto que pode tornar seguro ambiental obrigatório
- Exige contratação de seguro por dano ao meio ambiente e terceiros se o empreendimento necessitar de licença ambiental
- Já foi aprovado na Comissão de Assuntos Econômicos
- Texto prevê que o valor do seguro mínimo será fixado pelo órgão ambiental licenciador
- Relatórios sugerem a necessidade de se criar um consórcio de seguradoras
- Está pautado para uma última comissão, a de Meio Ambiente, cuja reunião será nesta terça (8)
Após alta na produção do pré sal, Shell aumenta investimentos
A Shell aumentou sua extração de petróleo do pré-sal em 100 mil barris diários nos últimos 18 meses. A multinacional produz cerca de 350 mil barris de petróleo diários hoje no país.
Nos leilões de blocos exploratórios realizados neste ano, a empresa adquiriu participação em quatro.
Com essa alta, a petroleira vai investir cerca de U$S 60 milhões (R$ 213,1 milhões) em projetos de pesquisa no Brasil neste ano. Os aportes vão superar os valores de 2017.
A empresa, que é obrigada a investir no Brasil 1% de sua receita obtida na exploração de campos de petróleo nacionais, prevê aportar US$ 240 milhões até 2020.
“O país é o nosso quarto maior destino de investimentos [atrás de EUA, Catar e Austrália]. Como pensamos em longo prazo, não restringimos os montantes em época de eleição”, diz o CEO, André Araújo.
Um dos estudos em desenvolvimento é um robô para a inspeção de navios-tanque na Bahia, que terá aporte de R$ 15 milhões em 2018.
“Ele é lançado pelo convés e é capaz de remover sujeira do casco. A ideia é licenciar a tecnologia para o mercado até 2020”, diz Giancarlo Ciola, gerente de inovação da empresa.
“Estudamos ainda formas de mitigar emissão de metano, por exemplo”, diz Araújo.
Olha quem apareceu
O número de MEIs (microempreendedores individuais), que havia caído 1,3 milhão em fevereiro, subiu nos meses de março e abril.
Os dados são do Portal do Empreendedor, o site que o governo federal mantém para dar apoio aos MEIs.
A Receita Federal cancelou registros que estavam inativos no começo de 2018.
Desde então, mais de 230 mil empresários fizeram novos cadastros para obter um CNPJ.
A média mensal é maior que a dos cinco anos anteriores.
O desemprego pode ser um dos fatores que explicam a retomada do número de MEIs, diz Pedro Gonçalves, diretor do SebraeSP (serviço de apoio às pequenas empresas).
“Outro fator são as oportunidades de terceirização. É algo que já existia antes da reforma trabalhista, mas pode ter se fortalecido.”
Saudação... A Promafa, que faz alimentos derivados de mandioca e milho, investiu R$ 15 milhões para expandir a produção.
...à batata Ela também vai começar uma linha à base de batata doce. A planta fica em Palmital (SP), e há apoio da agência Investe SP.
Sem... O aplicativo do Itaú para celular ficou fora do ar nesta segunda (7) desde a manhã. Por volta de 20h30, voltou a funcionar, mas de modo intermitente.
...sinal Procurado pela coluna, o banco confirmou o problema, mas não informou a causa nem quando o sistema seria totalmente reestabelecido.
Bebida A vinícola Garibaldi ampliou a previsão de aportes deste ano para R$ 7,5 milhões. A maior parte será aplicada na linha de espumantes.
com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas
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