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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Busca de investidor brasileiro por visto americano sobe com possível nova regra

Alta no número de empresários do Brasil a conseguir o documento foi de 88% em 2017

Maria Cristina Frias

A possibilidade de que o Congresso dos Estados Unidos eleve o aporte mínimo para obtenção do visto de residência no país por investidores fez crescer a busca de brasileiros pelo documento.

Para requisitar hoje essa modalidade de visto —chamada de EB-5— os investidores devem aplicar ao menos U$ 500 mil (R$ 1,87 milhão) em negócios nos EUA e gerar dez empregos por no mínimo dois anos.

Pessoas com bandeiras americanas durante evento de naturalização de 8.800 imigrantes, em Los Angeles - Mario Tama - 25.jul.18/AFP

A regra atual tem vigência até o fim de setembro e há propostas para subir o valor requerido para U$ 1,35 milhão (R$ 5 milhões).

“Há resistência às modificações por parte da iniciativa privada americana beneficiada pelo EB-5, que visa fomentar regiões que têm maior desemprego”, diz o advogado George Cunha, autor da cartilha da Amcham (câmara americana de comércio) sobre o assunto.

Entre os investimentos mais comuns no programa, estão financiamentos de empreendimentos imobiliários, do setor hoteleiro e franquias.

“Quem investe em projetos cadastrados no programa não precisa administrá-los diretamente”, diz Daniella Leite, da Amcham. A entidade registrou alta na procura de informações sobre o tema.

“Tivemos alta de 20% nos vistos fechados e 100 interessados nos procuram ao mês”, afirma a vice-presidente da LCR Capital Partners, Ana Bezerra. 

O EB-5 oferece 10 mil vistos ao ano. O trâmite, que tem custo de U$ 100 mil (R$ 374 mil), demora cerca de dois anos. O Brasil é o terceiro país em número de documentos concedidos (após China e Vietnã).

 

Com café no bule

A fabricante de cafés 3Corações vai ampliar a sua linha de produtos especiais, mais caros e com origem controlada.

“É um mercado ainda muito pequeno, mas que tem crescido dois dígitos todo ano e no qual temos apostado bastante”, afirma Pedro Lima, presidente da companhia.

A empresa vai começar vender cafés de diferentes regiões no Brasil neste mês e, em setembro, passará a comercializar cápsulas feitas com grãos da Colômbia, Costa Rica, Cuba e da Etiópia.

Os itens serão produzidos na fábrica do grupo em Montes Claros (MG), inaugurada no início deste ano.

O investimento previsto para 2018 em novas linhas de fabricação, na modernização das plantas e em sua nova máquina de café em cápsulas é de aproximadamente R$ 160 milhões, afirma Lima.

O valor inclui a recente aquisição da marca Café Manaus e a construção de uma planta na cidade de mesmo nome. “Investiremos outros R$ 132 milhões em publicidade.”

R$ 4,4 bilhões
foi o faturamento da 3Corações em 2017

R$ 256 milhões
foi o lucro líquido no mesmo período

6 mil
são os funcionários

 

‘Bilhete único’ para pedágio causa desconforto entre concessionárias

Concessionárias estão descontentes com uma regra da Artesp (agência de transporte de São Paulo) que impôs uma tecnologia semiautomática de pagamento de pedágio. 

São leitores parecidos com o dos bilhetes únicos de tarifa de ônibus —um cartão precisa ser aproximado de uma máquina, diferentemente das “tags” automáticas que vão nos vidros de carros.

A tecnologia, chamada Cipurse, é aberta —não há nenhum dono da patente.

Para as concessionárias, o problema é que, por enquanto, há um fornecedor dos equipamentos de leitura, e isso as coloca em posição desvantagem como clientes.

Elas precisam apresentar à Artesp um plano da implementação até o dia 21 de agosto. Depois da aprovação pelo órgão, as estradas terão 12 meses para, de fato, instalar os mecanismos de cobrança. Só há um piloto em operação.

As concessionárias podem afirmar no documento que forem enviar ao órgão que precisam de mais prazo, diz Giovanni Pengue Filho, diretor geral da agência.

“O sistema que implementamos não tem barreiras de entrada. Qualquer empresa pode começar a fabricar. No começo do pedágio automático só tinha um homologado. Os fornecedores se desenvolveram.”

 

No pódio da inflação

O Brasil deverá ter a terceira maior inflação médica no mundo neste ano, segundo a consultoria Mercer Marsh, que ouviu 225 grupos seguradores em 50 países.

A projeção da empresa é de uma variação de 15,4% nos custos do setor em 2018, quase 12 pontos percentuais a mais que a inflação geral projetada. O país só fica atrás da Argentina, com 26%, e do Egito, com 20%.

A distância entre custos médicos e o índice geral de preços ocorre em todos os lugares, mas se sobressai no Brasil, diz Marcelo Borges, diretor da consultoria.

“O modelo do mercado brasileiro tem particularidades. Enquanto outros locais têm restrições de utilização, aqui há cobertura universal.”

O fator que mais deverá aumentar os custos na América Latina nos próximos três anos serão novos tratamentos, segundo as operadoras.

A maior incidência de doenças não transmissíveis, como câncer, e o envelhecimento da população também deverão acelerar a inflação médica.

 

Ainda... O índice Ifecap, que mede desempenho e expectativas do comércio varejista de São Paulo, teve piora em junho devido à paralisação dos caminhoneiros. 

...a greve O indicador mede o momento atual —queda de 9,5%— e índice futuro , que teve piora de 8%. Na média final, o Ifecap caiu 8,8% no mês passado.

Expansão A rede paulista de hospitais São Camilo vai investir R$ 5 milhões para acrescentar 30 leitos em sua unidade de Santana, que hoje tem capacidade total para o atendimento de 235 pacientes.

Mais... A rede de vestuário e roupas íntimas Casa das Cuecas vai acelerar seu ritmo de expansão fora do estado de São Paulo, segundo o diretor Marco Zaborowsky.

...pijamas Serão pelo menos três inaugurações até o fim deste ano, em Goiânia, Porto Velho e em um outlet no interior de São Paulo. O grupo tem 18 lojas atualmente.

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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