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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Com superministério de Paulo Guedes, órgãos colegiados mudarão

Para técnicos do atual governo, a fusão tornará a Camex, por exemplo, sem sentido

Maria Cristina Frias

O CMN (Conselho Monetário Nacional) e a Camex (Câmara de Comércio Exterior) precisarão ser recompostos no novo cenário de um superministério da Fazenda sob o comando de Paulo Guedes.

O Ministério do Planejamento e o da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) deverão ser absorvidos pela Fazenda na gestão Jair Bolsonaro. 

Para técnicos do atual governo, a fusão tornará a Camex sem sentido, ainda que pastas não extintas permaneçam nela, com representantes da Agricultura e da Casa Civil.

Os votos do Mdic e da Fazenda costumam ser centrais, pois representam interesses distintos e, às vezes, antagônicos.

Se o primeiro deixar de existir, não haverá a ponderação considerada pelos técnicos essencial para as deliberações dentro da câmara.

As decisões desse órgão são referentes ao comércio exterior, inclusive ao turismo.

O CMN, que entre outras atribuições, decide a meta anual de inflação, pode passar a contar com dois membros: o ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central.

A nova equipe tem uma visão diferente de como conduzir política monetária, e a forma como isso vai tramitar deverá ser alterada, segundo outros técnicos do governo.

Para uma parcela de analistas, a diminuição de membros não deverá ter implicações, diz Eduardo Velho, economista da consultoria GO Associados.

“O importante no CMN é a ideia de que o BC é peça autônoma da política monetária.”

Para outros, é possível que haja disputas entre os dois conselheiros que fiquem empatadas pela falta de um terceiro voto de minerva.

Algumas das alterações no CMN

1964 - Ministro da Fazenda, presidentes do BNDES e Banco do Brasil e 6 membros nomeados

1979 - Inclui ministros da Agricultura e do Interior, presidente da Caixa e do Instituto de Resseguro, diretor do Banco do Brasil

1987 - Inclui um membro representante das classes trabalhadoras

1993 - Inclui o ministro-chefe da Secretaria de Planejamento e os ministros da Indústria e Comércio, da Previdência e o presidente do Banco da Amazônia

1995 - Reduz a composição do CMN para: ministro da Fazenda, do Planejamento e presidente do Banco Central

Algumas das alterações na Camex

2004 - Seis ministérios faziam parte

2018 - Oito ministérios compõem

Fontes: BCB e Mdic

 

Casco maior para águas revoltas

A fabricante italiana de iates Azimut vai aportar R$ 50 milhões em sua operação brasileira nos próximos três anos, segundo o diretor-executivo da companhia no país, Davide Breviglieri.

A empresa vai aumentar a capacidade produtiva de sua planta e adquirir moldes para construir novas embarcações, principalmente as linhas mais caras, além de investir em mão de obra.

“Temos priorizado os lançamentos de barcos grandes no mercado brasileiro”, afirma Breviglieri.

O maior modelo da empresa, de aproximadamente cem pés (30 metros), custa em média R$ 45 milhões.

“O segmento do mercado náutico brasileiro que mais sofreu nos últimos anos foi o de 30 a 45 pés, mas nós praticamente não entregamos barcos deste tamanho aqui.”

As exportações também têm favorecido o grupo, que ampliará o número de países atendidos a partir da expansão da fábrica.

R$ 200 milhões
é o faturamento da Azimut Yachts Brasil

420
são os funcionários no país

 

Saúde cearense

A Unifor (Universidade de Fortaleza) aumentará seus investimentos dos R$ 30 milhões aportados em 2018 para R$ 58 milhões no ano que vem, segundo o chanceler da instituição, Edson Queiroz Neto.

Metade dos recursos será aplicada na ampliação da infraestrutura dedicada a cursos na área da saúde.

A maior obra é a construção de um prédio de 6.000 metros quadrados que abrigará um hospital veterinário.

“O edifício estará pronto em outubro de 2019 e terá salas de cirurgia, necropsia, além da estrutura de suporte acadêmico”, diz Queiroz Neto.

O valor restante será destinado a pesquisas científicas e à atualização de softwares.

A universidade, que é a instituição privada mais bem colocada na última edição do RUF (Ranking Universitário Folha) no Nordeste, teve queda de 8% no total de alunos nos últimos cinco anos, mas o projeta alta para 2019.

Raio-X
Unifor

27 mil
são os alunos da universidade

1.300
são os professores contratados

 

Robotizar, eis a questão

A distribuidora e atacadista mineira Tambasa vai investir ao menos R$ 50 milhões na ampliação de sua área logística no ano que vem.

“Nossa receita teve alta de 11,4% no acumulado até setembro, e faremos o aporte para atender à demanda. Nossos clientes são distribuidores regionais e supermercados de rede”, diz o diretor comercial Alberto Portugal.

A marca deverá expandir seu centro de distribuição em Contagem (MG) no próximo ano, e cogita também construir um galpão logístico na Bahia, estado que hoje é sua segunda maior operação —atrás de Minas Gerais.

“Está em estudo o lugar e o modelo de funcionamento. Se for um local com sistema automatizado como o de Contagem, o investimento dobra”, afirma.

Os materiais de construção e os produtos para casa são os carros-chefes da empresa, seguidos da área voltada ao agronegócio.

R$ 2,65 bilhões
foi a receita bruta da empresa no ano passado

2.300
são os funcionários da companhia

 

Devagar... A intenção de lançar itens na indústria, medida por pedidos de novos códigos de barras, caiu 30% em outubro em relação a setembro.

...com o andor No acumulado deste ano, a alta é de 19,6%, segundo a GS1 Brasil, responsável pelos registros.

Da capital... Cerca 20% dos caminhões que trafegam pela rodovia Castello Branco transportam cargas ligadas à construção civil.

...ao interior Na sequência, aparecem alimento (13%) e bens agrícolas (12%), segundo a concessionária Via Oeste.

 

Hora do café

com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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