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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Após um ano, reforma trabalhista livra juízes, e passivo das empresas sobe

Maria Cristina Frias
Com a queda do número de entrada de ações trabalhistas, os juízes têm dado mais tempo às audiências finais, e, momentaneamente, há uma alta de condenações, segundo advogados especializados.
 
Gabriel Cabral/Folhapress

No Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, o volume de processos entre janeiro e outubro deste ano é 32% menor que o do mesmo período de 2017.

Com mais tempo para a fase de execução, o passivo acumulado de processos na Justiça tem sido reduzido no último ano, segundo Luiz Marcelo Góis, sócio do BMA.

“Pelo lado das empresas, há alta dos valores que estavam provisionados. Quando os processos demoravam para ser resolvidos, a soma não era atualizada. Passaram a surgir esqueletos que fazem a soma dar saltos.”

Alguns empregadores tentam dar celeridade aos processos para evitar que a decisão aconteça com um índice de correção desfavorável a eles, segundo Andrea Massei, sócia do Machado Meyer.

Há uma discussão legal sobre qual deve ser a taxa para calcular os montantes —hoje, é a TR (taxa de referência), mas pode mudar.

“A atualização pelo IPCA, por exemplo, pode mudar de forma bastante significativa os valores.”

Com mais decisões dos juízes de primeiro grau, a segunda instância chegou a um gargalo, diz José Carlos Wahle, do Veirano. “Os tribunais estão sobrecarregados e a tendência é que fiquem ainda mais em dois anos.”

 

Me inclua... “Sou estrangeiro, não sou desse governo, que deve resolver a cessão onerosa. Não devo entrar nessa, não vou estourar o teto dos gastos”, afirmou Paulo Guedes em reunião na semana passada no Planalto.

...fora dessa O futuro ministro da Economia se encontrou com o presidente Temer, os ministros Padilha e Guardia, o presidente do Senado, Eunício Oliveira, e Onyx Lorenzoni, futuro chefe da Casa Civil .


Quase...  Guedes apoiava o pleito de Eunício de reservar 20% dos recursos do pré-sal para estados e municípios como condição para que o acordo entre a Petrobras e a União passe no Senado.


...muda Como o Orçamento da União não suporta o repasse, no entanto, a partilha não será possível agora. Guedes defende manutenção do teto de gastos.


Interlocutor... O futuro vice-presidente, general Hamilton Mourão, poderá diminuir a interação com empresários após a diplomação, em 10 de dezembro.


....por um tempo Enquanto faltavam ministros a nomear, havia bastante espaço para ele manter encontros com executivos.


Fim de temporada Nesta semana deverá ocorrer uma primeira reunião do primeiro escalão do governo Bolsonaro. Outras pessoas assumirão o diálogo.

 

De eletricidade a agronegócio

A subsidiária brasileira da Siemens prevê investir cerca de  € 200 milhões (R$ 875,23 milhões no câmbio atual) no país no próximo ano.

Os aportes serão feitos nas áreas de eletrificação, automação e digitalização. Somente a área de internet das coisas consumirá 20% desse aporte, segundo o diretor-executivo, André Clark.
“Nós temos visão de longo prazo, com planos de 25 anos. Fomos e somos otimistas com o Brasil, [hoje] especialmente com o setor elétrico, que tem demanda forte por projetos.”
Outra prioridade da companhia é a tecnologia de automação para o agronegócio, especialmente a pecuária, segundo Clark.
“Abrimos um centro de pesquisa voltado à proteína animal em São Paulo neste ano e mais recentemente [inauguramos] células em Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.”

R$ 4,1 bilhões
foi a receita líquida no país no ano fiscal de 2018
R$ 4,2 bilhões
foi a entrada de pedidos

 

Para guardar de tudo

A operadora logística Multilog vai investir R$ 60 milhões em 2019 na construção de um armazém em Itajaí (SC) e na expansão de um depósito no bairro de Alphaville, em Barueri (SP), segundo o presidente da marca, Djalma Vilela.
A obra na Grande São Paulo deverá ser concluída em julho e a catarinense em dezembro.
“Crescer em São Paulo é uma das nossas prioridades. Fizemos a aquisição da Elog [por R$ 90 milhões, encerrada em 2017], e nossas operações no estado influenciam nosso crescimento, que deverá ser de 10% neste ano”, diz.
A companhia não planeja comprar mais empresas em 2019, de acordo com Vilela. “Nosso objetivo é ter alta de 20% em receita no próximo ano com a retomada econômica.”
R$ 500 milhões
é o faturamento projetado para 2018
1.500
são os funcionários 

 

Safra boa, vendas nem tanto

Apesar da safra avaliada como boa neste ano, as vinícolas gaúchas tiveram resultados inferiores a suas projeções iniciais. Para 2019, seus investimentos serão concentrados em diversificação de portfólio.


“O custo do frete inviabiliza o preço dos produtos no Nordeste. Por isso, vamos passar a produzir moscatel, vinho de mesa e suco na Bahia no próximo ano, inicialmente por meio de parcerias”, diz Herminio Ficagna, da Aurora.
 

A cooperativa, que estimava faturar 10% a mais neste ano, deverá ter alta de 7%.
 

“É praticamente um ano de onze meses, mas vamos crescer 10% devido à diversificação, com lançamentos de destilados, chás e espumantes. É uma tendência”, diz Maurício Salton, presidente da Salton.
 

A marca investirá R$ 12 milhões em 2019, principalmente em máquinas, novos produtos e renovação de vinhedo.
 

“A safra foi boa e precisaremos ampliar a estocagem, com aportes de R$ 8 milhões”, afirma Oscar Ló, da Garibaldi, que deverá ter alta de 13% em receita, impulsionada pelas vendas de espumantes e sucos.

 

Obra alagoana

A fabricante de tubos e conexões Krona vai investir cerca de R$ 25 milhões em suas três plantas no próximo ano. Os recursos serão aplicados em maquinário e visam ao aumento de capacidade produtiva.

A marca conta hoje com duas unidades em Joinville (SC), sede da empresa, e uma em Marechal Deodoro (AL), que receberá a maior parte do montante.

“Queremos chegar ao faturamento de R$ 1 bilhão em 2022, e os aportes são a preparação. Vamos melhorar a capacidade e lançar novos produtos”, diz o presidente, Vilson Perin. 

R$ 472 milhões
foi a receita líquida no ano passado

 

Portas...  Cerca de 2,22 milhões de CPNJs foram encerrados até outubro deste ano no Brasil, segundo a empresa de big data Neoway.


...fechadas No mesmo período, foram abertos 2,29 milhões de cadastros. Cerca de 50% das empresas fica no Sudeste.

Enche...  O grupo Vino!, dono de uma rede de bares homônima e de uma importadora de vinhos, vai investir cerca de  R$ 10 milhões em 2019.

...a taça Serão duas novas lojas, no Rio e em Florianópolis, além de um aumento no portfólio de vinhos estrangeiros.

com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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