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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Carnaval de rua de SP de 2019 contraria recomendação da Fazenda

Proposta da prefeitura garante exclusividade na venda de produtos como cerveja a patrocinador

Maria Cristina Frias

A primeira proposta da prefeitura para o Carnaval de rua de 2019 de São Paulo garante ao patrocinador a exclusividade da comercialização de produtos, como cerveja, uma prática que o Ministério da Fazenda desencoraja.

 

A Seprac (secretaria de promoção da produtividade), ligada ao ministério, publicou, no fim de novembro, um manual com 20 melhores práticas para os eventos.

Entre elas, quatro são relativas ao tema, como o item que pede que se elaborem editais que excluam, expressamente, a possibilidade de fornecimento por uma só empresa.

O interesse de fabricantes de cerveja que costumam patrocinar é usar o evento para que as pessoas provem novos produtos, segundo o advogado de uma marca.

Na consulta pública lançada pela Prefeitura de São Paulo, propõe-se o “credenciamento legalizado de ambulantes, para vendas de produtos da marca patrocinadora e suas associadas, se for o caso”.

A estimativa que consta na minuta é que serão 10 mil vendedores, que “somente poderão comercializar os produtos da logomarca da empresa contratada”.

O parecer da Fazenda não tem caráter vinculante (não é obrigatório), afirma, em nota, a Secretaria das Prefeituras, responsável pelo contrato. As dimensões da cidade foram levadas em conta, diz o órgão.

“A estrutura estabelecida pela municipalidade possibilita a competitividade do edital e permite que itens como segurança e infraestrutura sejam custeados com os recursos do patrocinador.”

 

Para reduzir a fila do caixa

Metade dos empresários de supermercado dizem estar otimistas quanto a novas contratações a partir do próximo ano, segundo a Apas (associação paulista do setor).

A expectativa destoa do patamar registrado hoje, em que 7% afirmam ter a intenção de aumentar o quadro de funcionários.

“Houve uma surpresa negativa em 2018 porque prevíamos um saldo de 12 mil novos empregos, e o ano deverá terminar inferior a 2017, quando foram 8.500”, diz Thiago Berka, economista da entidade.

A perspectiva é que o sucesso das reformas tributária e da Previdência, além da recuperação do emprego em outras áreas, destravem o consumo e permitam uma maior criação de postos de trabalho, segundo Berka.

Supermercadistas também estão mais confiantes com o próximo governo: o grau de satisfação com a atual administração federal é de 14% e de 71% para a próxima, de acordo com a associação.

 

A queda que interessa

A maioria (86%) dos sócios de pequenas e médias empresas espera queda ou estabilidade de juros no ano que vem, de acordo com o Insper, que fez uma pesquisa em conjunto com o Santander.

Cerca de 13% afirmaram, no entanto, que as taxas deverão aumentar em 2019.

Os respondentes esperam uma redução da Selic, mas, além disso, uma queda da porcentagem final com uma competição entre novas empresas que trabalham com crédito, segundo Gino Olivares, professor do Insper.

“A expectativa de melhora dos juros em 2019 indica que há um grande potencial de investimento, principalmente em aportes relacionados à produtividade.”

 

Franquia de escritório

O grupo IWG, da marca de escritórios compartilhados Regus, vai lançar um modelo de franquias para acelerar sua expansão no Brasil.

Todas as 74 unidades da empresa hoje são próprias. A abertura até então se dava por meio de aportes híbridos —parte do montante é aportada pela empresa e outra fatia pelo proprietário do imóvel que receberá os escritórios.

“Inauguramos 37 pontos nos últimos dois anos e aplicaremos mais R$ 60 milhões em cerca de 30 locais próprios no ano que vem. Já no novo formato, de franquias, queremos ter 50 em 2019”, diz o CEO, Tiago Alves.

“Concentraremos nossos recursos na operação de marcas novas no país. Só a Regus será licenciada, e para cidades ou bairros onde não estamos, como o Tatuapé, em São Paulo, ou São José dos Campos (SP), por exemplo.”

O franqueado pagará R$ 200 mil pela marca e uma taxa de 15% sobre a receita. Deverá, ainda, reformar o imóvel, que precisa ser maior que 400 m². O custo das obras parte de R$ 1.000 por metro quadrado.

 

Importação de... A farmacêutica britânica GSK firmou uma parceria de três anos com a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e a Embaixada britânica no Brasil.

...cérebros O objetivo é trazer cientistas do Reino Unido ganhadores do prêmio Nobel para que apresentem trabalhos. O acordo é parte de um programa que investiu R$ 40 milhões desde 2011.

Ânimo... O índice de confiança do empresário do comércio cresceu 5,4% em novembro na comparação com outubro, de acordo com a CNC (confederação nacional do setor).

...no comércio O aumento foi de 5,7% em relação ao mesmo mês do ano anterior. A previsão de 88,9% dos empresários ouvidos é de melhora na economia no próximo ano, segundo a entidade.

 

Hora do café

com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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