Nas relações amorosas que tenho pesquisado nas últimas três décadas, as mulheres se revelam muito mais insatisfeitas do que os homens. Uma das maiores insatisfações femininas é a falta de reciprocidade. Elas acreditam que investem mais do que eles no sucesso do relacionamento, em termos de tempo, dedicação, energia, atenção, conversa, escuta, comprometimento, cuidado, fidelidade, intimidade etc.
Uma professora, de 41 anos, disse que intimidade é uma forma profunda de comunicação, de confiança e de entrega emocional.
“Meu marido acha que intimidade é ficar de porta aberta quando vai ao banheiro, não ter vergonha de soltar um pum na minha frente, andar pelado em todos os cômodos da casa e ficar abraçadinho depois de transar. Não tem a menor noção do que é uma verdadeira intimidade”.
Já os homens afirmam que o principal problema nas relações é a falta de compreensão. Eles se sentem injustamente cobrados por não conseguirem atender às excessivas demandas das mulheres. Afirmam que não são compreendidos por elas, que, sempre insatisfeitas, não reconhecem seus esforços para responder às ilimitadas – e muitas vezes contraditórias – exigências femininas.
Um engenheiro, de 62 anos, contou que a esposa quer que ele seja mais romântico, igualzinho ao início do namoro.
“Nos conhecemos em um baile de Carnaval. Ela era uma princesa linda. Hoje é um poço de insatisfação. Reclama o tempo todo que eu mudei, que não faço mais declarações de amor, que não dou beijo na boca e que o sexo ficou burocrático. Lógico que no início da paixão só mostramos o que temos de melhor. Vestimos a fantasia de príncipe encantado para conquistar a amada e, depois, mostramos que somos um sapo. Não dá para ser príncipe depois de 40 anos de casamento. Mas será que alguém consegue ser um príncipe romântico no meio de tantas tragédias, crises e problemas sociais?”.
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