Perguntei a mulheres de diferentes idades se elas já fingiram ter um orgasmo. A maioria respondeu que sim. Alguns dos motivos apontados foram:
"Vivo exausta. Quero que ele termine logo para eu poder dormir."
"Fingi para ele se sentir feliz e satisfeito comigo."
"Amo meu marido, mas ele não consegue me dar prazer."
"Tenho vergonha de pedir para ele fazer o que me dá tesão."
Muitas disseram que gostam de sexo, apesar de não chegarem ao orgasmo.
"É muito bom saber que meu marido ainda tem tesão em mim, mesmo que eu não consiga gozar 100% das vezes."
"Tenho muito prazer, mas tenho dificuldade para gozar. Gosto mais de tudo o que vem junto com o sexo: carinho, abraço, beijo, intimidade."
"Conheço a natureza masculina. Se eu não transar e gozar, ele vai buscar uma periguete qualquer. É uma estratégia para garantir a fidelidade dele."
Uma jornalista, de 52 anos, disse que "vivemos o império do fake: assim como existem fake news, existem fake orgasms."
Ela continua: "É muito difícil para a maior parte das brasileiras falar diretamente o que quer, mostrar como gosta de ser tocada, o que dá tesão. Sentimos vergonha e culpa de buscar apimentar a relação com brinquedinhos, filminhos eróticos, sacanagens básicas. É muito desgastante ficar discutindo a relação e tentar ensinar o que dá prazer a uma mulher. Para algumas mulheres, o sexo é apenas mais uma obrigação, um dever e até mesmo um sacrifício: elas fingem para acabar logo e por medo de perder o marido."
E conclui: "Entrevistei homens que acreditavam que as parceiras tinham orgasmos múltiplos. Quando entrevistei as mulheres, elas confessaram que fingiam muito bem. Não acho que eles sejam tão bobos e ingênuos assim. Parece que existe um pacto implícito: elas fingem o orgasmo e eles fingem que acreditam. Por que, em pleno século 21, tantas mulheres precisam fingir somente para agradar aos homens?"
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