A principal queixa das mulheres que tenho pesquisado é falta de tempo, seguida de falta de reciprocidade e de liberdade.
Uma professora de 45 anos está doente por não tem tempo para cuidar de si:
“Cuido dos meus pais, avós, marido, filhos, alunos e amigos. Estou sobrecarregada e exausta porque sou obrigada a resolver os problemas de todos. Acham que sou a mulher maravilha. Em maio tive uma crise de pânico e descobri que estava mergulhando em uma depressão profunda. Mal entro no banheiro e logo alguém grita pedindo socorro. Não tenho um só minuto para mim. Até pendurei um cartaz na porta: ‘Respeite o meu tempo. Cuide de mim para eu poder cuidar de você’”.
Ela escuta, cuida e dá atenção a todos 24 horas do dia, mas não tem o reconhecimento que tanto merece:
“Já fui chamada de megera histérica porque passei a dizer não e exigir que respeitem os meus limites. Tive que me afastar de pessoas tóxicas que só pedem, reclamam e criticam. É enlouquecedor desperdiçar o meu tempo com vampiros quem só destilam ódio. Dizer não é o oposto de egoísmo: só cuidando melhor de mim vou ter equilíbrio, força e saúde para cuidar de quem eu amo”.
Também acho difícil dizer não, mais ainda quando tantos estão sofrendo e precisando de ajuda. Cada não que preciso dar me machuca, pois gostaria de aceitar todos os convites para participar de lives, projetos, entrevistas, palestras etc. Mas é impossível, pois o meu propósito, foco e prioridade é cuidar dos meus amores e amigos nonagenários. O tempo é o meu bem mais precioso, agora mais do que nunca.
Para conseguir sobreviver neste momento de pânico e desespero é necessário estabelecer claramente os nossos limites físicos e psicológicos. É urgente fazer uma faxina existencial para nos proteger dos que sugam o nosso tempo, saúde e alegria de viver.
Você já aprendeu a dizer não para os vampiros emocionais?
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