Um grupo de juristas, intelectuais e artistas enviou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um manifesto expressando preocupação com a falta de debates no segundo turno e rechaçando o candidato Jair Bolsonaro (PSL) por "silenciar o debate de ideias" ao ter escolhido não participar de encontros do tipo em rádios e TVs, "impondo a sua agenda e ditando a condução de toda a mídia pública no país".
"Esta eleição será a primeira, desde o fim da censura imposta no período da ditadura militar, em que não teremos debates presidenciais no segundo turno", afirma o texto.
"Ou seja, após o fim do regime militar, presenciaremos pela primeira vez um silêncio imposto à democracia em fase final de eleição, impedindo que os projetos do futuro presidente da República sejam conhecidos por toda a população."
O documento "em defesa de um processo eleitoral democrático e isonômico" foi entregue à presidente da corte, ministra Rosa Weber, no fim da tarde desta sexta (27).
A iniciativa é encabeçada pelos advogados Angelo Longo Ferraro e Eugênio Aragão e reúne nomes de outros juristas e advogados como Marco Aurélio de Carvalho, Fábio Tofic e Antônio Carlos de Almeida Kakay.
Ao todo, 1.146 nomes subscrevem o manifesto, que também reúne artistas como Patrícia Pillar, Marietta Severo, Leticia Sabatella, Julia Lemmertz, Paulo Betti e Fabio Assunção, e jornalistas como Juca Kfouri e Xico Sá.
"Se ele [Bolsonaro] não quer debater, que não prejudique a outra candidatura de se colocar", diz um dos advogados envolvidos, que afirma que o grupo está preocupado com a "postura pouco proativa" e respostas "muito atrasadas" do TSE a ocorrências desta campanha. Segundo ele, os envolvidos no manifesto "acham que o TSE ainda não percebeu que a eleição acaba no domingo (28)".
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