O bispo Edir Macedo, dono da TV Record, entrou na Justiça contra o candidato à Presidência Fernando Haddad (PT) pedindo indenização no valor de 83 salários mínimos por afirmações que o petista fez citando o seu nome, como chamá-lo de "charlatão".
Macedo protocolou queixa-crime em que ele também pede liminar para que Haddad "se abstenha de todo e qualquer ato ofensivo e inverídico" citando-o, "bem como atos que propagam a intolerância religiosa, especialmente por meio de entrevista e publicações na internet".
Ele pede ainda que Haddad remova de suas redes sociais os conteúdos em que chama Macedo de "charlatão", referindo-se à entrevista em que o petista afirmou que "Bolsonaro é o casamento do neoliberalismo desalmado, representado pelo Paulo Guedes, que corta direitos trabalhistas e sociais, com o fundamentalismo charlatão do Edir Macedo".
A ação ainda pede que Haddad se retrate formalmente "perante o autor [Macedo], líderes e fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus, bem como internautas e telespectadores, por meio de mensagem falada ou escrita" veiculada em suas redes sociais, "devendo constar, especificamente, o arrependimento por parte do réu. Sendo que o autor [da ação] deverá aprovar previamente o conteúdo da referida retratação."
O líder religioso afirma que doará o valor da indenização para uma instituição de caridade que cuida de crianças com Down, autismo e paralisia cerebral.
No fim de setembro, Edir Macedo declarou voto em Bolsonaro, como revelado pela coluna. Depois disso, a TV Record foi acusada de fazer matérias favoráveis ao candidato. Uma semana depois que o bispo fez seu apoio público nas redes sociais, Bolsonaro concedeu entrevista ao Jornal da Record no mesmo dia e horário em que foi realizado debate com presidenciáveis, no primeiro turno.
A entrevista foi motivo de representações de adversários de Bolsonaro no Tribunal Superior Eleitoral, que consideraram a exibição como “tratamento privilegiado” a um candidato, o que é proibido pela lei.
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