A Justiça de SP julgou improcedente a ação contra Elton Santa Fé Zacarias, ex-presidente da São Paulo Obras (SPObras) da Prefeitura de SP.
Delatores da Odebrecht afirmaram em depoimento que Zacarias teria recebido propina de R$ 200 mil para liberar uma ordem de serviço para a instalação do canteiro de obras do Lote 2 do túnel Roberto Marinho.
Na denúncia, o Ministério Público Federal pedia, entre outras coisas, que Zacarias perdesse R$ 200 mil de seu patrimônio, tivesse os direitos políticos suspensos de 8 a 10 anos e pagasse multa de até três vezes o valor.
Zacarias foi acusado pelo delator Carlos Armando Guedes Paschoal, ex-executivo da Odebrech.
Em julho, numa audiência na 3ª Vara de Fazenda Pública em que foi ouvido como testemunha, Paschoal afirmou: "No caso do sítio, que eu não tenho absolutamente nada, por exemplo, fui quase que coagido a fazer um relato sobre o que tinha ocorrido [nas reformas do imóvel frequentado por Lula]. E eu, na verdade, lá no caso, identifiquei o engenheiro para fazer a obra do sítio. Tive que construir um relato".
Depois, Paschoal disse que se expressou de maneira inadequada ao usar a palavra coagido.
O juiz Fausto José Martins Seabra, da 3ª Vara, afirmou em sua decisão que é "inviável a condenação do requerido Elton Santa Fé Zacarias por ato de improbidade administrativa".
Ele diz ainda que além das "contradições e da falta de outros dados de convicção para corroborar as imputações feitas pelos “colaboradores”, de rigor registrar que eles não ocuparam o polo passivo desta ação, tampouco há notícia de que sofreram sanção específica pelo pagamento de vantagem indevida ao então secretário".
“A sentença fez justiça ao considerar improcedente a acusação da Odebrecht contra nosso cliente”, afirmou o advogado Igor Tamasauskas, que defendeu Zacarias ao lado do advogado Otávio Ribeiro Mazieiro.
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