A Rede vai entrar com um mandado de segurança coletivo no Superior Tribunal de Justiça (STJ) pedindo o afastamento urgente do presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo.
Em reunião privada no dia 30 abril, Camargo se referiu ao movimento negro como "escória maldita" e "vagabundos", conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo.
Em conversa com funcionários do órgão, ligado à Secretaria de Cultura do governo Bolsonaro, Camargo se queixou da ação de esquerdistas supostamente infiltrados na fundação e incentivou seus subordinados a os entregarem, para que fossem demitidos.
Na conversa, o presidente da Fundação Palmares ainda voltou a criticar o símbolo da luta anti-escravista que nomeia a instituição que ele chefia. "Não tenho que admirar Zumbi dos Palmares, que também era um filho da puta que escravizava pretos."
Escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para o cargo em novembro, Camargo teve a nomeação suspensa por liminar no dia 4 de dezembro. O advogado e autor da ação popular, Helio de Sousa Costa, havia afirmado à coluna que entrou com o pedido por conta das declarações de Sérgio Camargo.
Em fevereiro, Camargo foi reconduzido pelo Superior Tribunal de Justiça, atendendo a pedido da Advocacia-Geral da União.
Além do mandado de segurança coletivo, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da minoria no Senado, vai entrar com nova ação popular contra Camargo na Justiça Federal de Brasília.
Além de negar reiteradamente a ocorrência de racismo estrutural no país, Camargo já defendeu o fim do feriado da Consciência Negra, a extinção do movimento negro e chegou a afirmar que a escravidão foi "benéfica para os descendentes" de escravizados no país.
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