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Olavo de Carvalho ganha ação de R$ 25 mil de revista que o chamou de 'imbecil'

IstoÉ alega em sua defesa que guru de Bolsonaro ataca desafetos e deve saber que pode também ser atacado

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O escritor Olavo de Carvalho, considerado guru do presidente Jair Bolsonaro, ganhou uma ação de indenização por danos morais contra a revista IstoÉ.

Em maio de 2019, a publicação estampou na capa uma fotomontagem em que ele aparece de chapéu de bobo da corte, com o título de "O Imbecil".

O juiz Renato Simões, da 4ª Vara Cível de SP, concluiu que a revista excedeu a "crítica jornalística, caracterizando claro abuso do direito da liberdade de imprensa" ao tentar retratar Olavo como pessoa "de curta inteligência". E determinou o pagamento de R$ 25 mil.

Cabe recurso.

A capa da revista tinha sido inspirada no livro "O Imbecil Coletivo", de Olavo de Carvalho .

Na ação, o advogado João Vinicius Manssur, que representa o escritor, disse que a publicação atingiu "a própria liberdade de expressão do autor", já que ele se utiliza "de um canal no Twitter para comentar notícias e expor sua opinião de forma respeitosa; porém, essas ações foram distorcidas pela revista, que o intitulou de 'imbecil' por influenciar politicamente a vida de seus seguidores".

​Mansur argumento ainda que Olavo de Carvalho "é jornalista reconhecido internacionalmente, contando com diversas condecorações, além da autoria de vários livros, com destaque para a obra denominada 'O imbecil coletivo'", em que faria uma "análise e reflexão sobre o que acredita ser o fenômeno de decadência intelectual do Brasil".

O livro teria contribuído para "a sua notoriedade e qualidade de pessoa pública", fazendo com que Olavo se tornasse "alvo de julgamentos por parte de jornalistas". A IstoÉ, no entanto, teria avançado "no terreno da agressão pessoal" com a intenção de "humilhá-lo publicamente", abalando a sua reputação e imagem "perante os colegas de profissão".

Já a IstoÉ afirmou, na defesa, que exerceu o seu legítimo direito de crítica e de liberdade de imprensa, e que não os excedeu.

A revista afirmou que tornou o autor "personagem central da reportagem e capa justamente em razão das desrespeitosas e nada republicanas postagens" que faz nas redes sociais.

Nelas, Olavo de Carvalho faria afirmações "grosseiras, chulas, desrespeitosas, ofensivas e, principalmente, desarrazoadas e ideológicas", tendo ainda com elas "influência na governança federal".

A publicação decidiu assim retratá-lo "satiricamente com o chapéu de bobo da corte, nos moldes da sua obra 'O Imbecil Coletivo'", que trata justamente de decadência intelectual.

Os advogados da revista alegaram ainda que Olavo de Carvalho "se envolve em grandes polêmicas provocativas e causadoras de ira, de discórdia, utilizando-se de palavrões para atacar seus desafetos ou simplesmente para expressar sua opinião, sendo, portanto, pessoa que, da mesma forma que ataca, deve saber que pode ser também atacado, ainda que não no mesmo baixo nível do ataque principal, mas através de sátiras e críticas consistentes como a capa e reportagem da Istoé".​

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